quarta-feira, abril 02, 2014

Personagem: o campeão do mundo quer virar conselheiro

Ednilson Valia, fale com o jornalista clicando aqui ou no twitter:  @eddycalabres
Se não fosse uns sopapos trocados entre o elenco do São Paulo, liderado por Zizinho, contra torcedores do América-SC, em 29 de junho de 1958, no dia da final da Copa do Mundo em 1958, o Tricolor Paulista perderia o seu principal diretor de futebol à época do bicampeonato mundial e da Libertadores da América (1992-1993).

Kalef João Francisco, aos 72 anos, se mantém vívido, bem humorado, aos brados conversou com a reportagem do Portal Terceiro Tempo por telefone encampando a sua luta contra a quem comanda atualmente o Tricolor Paulista e buscando uma vaga como conselheiro do clube na eleição que se realizará no próximo dia 05 de abril.

Natural de Joinville-SP, Seo Kalef foi um atacante voraz até os 18 anos no Caxias, da sua cidade natal, mas um problema nos olhos o impediram de continuar como profissional. Em 1967, mudou-se para a capital paulista e dez anos depois tornou-se sócio da agremiação do Morumbi.

 Pelas mãos dos ex-presidentes Antonio Leme Nunes Galvão e José Douglas Dallora começou a participar da política do clube após ficar muito popular devido às atuações no meio-de-campo do campeonato interno de futebol amador dos associados.
Após o rebaixamento da equipe das três listas, em 1990, o então sócio há treze anos recebeu o convite do presidente José Eduardo Pimenta para ser o diretor adjunto de futebol, auxiliando Fernando Casal Del Rey, que assumiam o comando após uma gestão financeira pífia de Juvenal Juvêncio.

Nos seis primeiros meses chegaram a final do Campeonato Brasileiro e nos três anos posteriores conquistaram um campeonato brasileiro, dois estaduais, duas libertadores e dois mundiais.

O colecionador de títulos deixou a diretoria são-paulina em 1994, por não concordar com a permanência de Telê Santana no comando técnico, pois o treinador havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral Isquêmico e pouca condição de saúde tinha para trabalhar o elenco naquele momento. Mário Sérgio Pontes de Paiva, ex-atleta e recém iniciado na carreira de técnico era o substituto ideal para Telê, imaginavam Kalef e Márcio Aranha.

Casado, pai de dois filhos, Juliana e Ricardo Kalef, na melhor idade, o ex-dirigente poderia optar pela folga, o descanso, mas o amor pelo o São Paulo é obsessivo desde o dia em que os jogadores não aceitaram as ofensas americanas. Ali, naquele momento, as três cores foram cravadas no coração do Seo Kalef, e lá, em Santa Catarina, tão distante do Morumbi, o São Paulo Futebol Clube ganhou um torcedor do tamanho da sua história.

Histórias do Kalef


Fenômeno no Tricolor 
Ronaldo Fenômeno não jogou no São Paulo por causa de US$ 15.000. Em 1992, Jairzinho Furacão ofereceu o artilheiro ao São Paulo que recusou a oferta. “À época, vínhamos da péssima administração financeira de Juvenal Juvêncio, e literalmente não havia dinheiro para comprar o papel higiênico”, lamentou Kalef.

Telê Dopado

Na final do Campeonato Mundial interclubes, contra o Barcelona em 1992, o técnico Telê Santana estava muito nervoso e bronqueava com os jogadores a todo momento. Percebendo o alvoroçado comandante são-paulino, Seo Kalef pediu para o Doutor Bezerra dar um “comprimidinho” para o Mestre (sem ele saber), “alegrinho” distribuiu sorrisos na vitória sobre o time catalão, de Johan Cruyff.
  
Ganhando o jogo 
Em 1992, na reunião que decidiria os mandos de jogos da final do Campeonato Paulista, Kalef fez a diretoria do Palmeiras confirmar que havia contratado Roberto Carlos e o zagueiro Antonio Carlos. A contratação do beque, fez o então titular Toninho Cecílio se desconcentrar nas duas partidas finais que levou o Tricolor Paulista ao bicampeonato estadual e o Verdão amargar mais um ano na fila.

Craque no Brasil

O meio-de-campo Gheorge Hagi, destaque da seleção romena na Copa de 1994, já havia acertado valores do contrato com o São Paulo e veio ao Brasil procurar uma casa ao lado da esposa. Mas durante a estadia em 1997, aconteceu o crime da favela Naval (Diadema-SP) e a cônjuge do craque ficou extremamente assustada e decidiu não morar na capital paulista.

Briga com o Animal

Edmundo e Seo Kalef protagonizaram uma cena forte em um clássico São Paulo e Palmeiras no Morumbi. Após o jogo, o craque palmeirense na época processou o dirigente, que foi defendido pelo Tricolor Paulista. Após alguns meses o processo foi arquivado por que o atacante não compareceu as audiências.
 Escalação de Raí
Em 1998, Seo Kalef foi ao Rio de Janeiro e conseguiu inscrever o ídolo Raí para a última partida do Paulistão daquele ano. O resultado foi a vitória por 3 a 1 sobre o arquirrival Corinthians e ainda por cima levantaram o caneco.

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