segunda-feira, março 31, 2014

O Golpe e o futebol: a Última Hora de Jango e o futebol


Ednilson Valia, fale com o Jornalista clicando  Aqui  ou no twitter:   @ eddycalabres


O Jornal Última Hora, fundado por Samuel Wainer , registrou com precisão o período conturbado que viveu o Brasil no golpe de Estado que derrubou o presidente João Goulart, em 1964. Os militares assumiram o poder com apoio de alguns setores da sociedade brasileira, que posteriormente se arrependeram do auxilio moral e muitas vezes financeiro para o regime de exceção.

Abaixo as capas dos jornais e a seção de esportes durante período mais agitado que fez o país mergulhar em período de torturas e desigualdade econômica.

As imagens são do Arquivo público do Estado de São Paulo

25 de março de 1964

Seção de Esportes los 25 de março de 1964

27 de março de 1964


Seção de Esportes los 27 de março de 1964



28 de março de 1964


Seção de Esportes los 28 de março de 1964

29 de março de 1964
 
 Seção de esportes em 29 de março de 1964


30 de março de 1964

31 de março de 1964





02 de abril de 1964


04 de abril de 1964




06 de abril de 1964




07 de abril de 1964



Golpe e o Futebol: o goleiro guerrilheiro e o Il Signore Sani


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Ambos estão na história do futebol brasileiro. Dino Sani estava no grupo campeão do mundo pela Seleção Brasileira, em 1958. Diogo era titular da meta do Corinthians na quebra do tabu diante do Santos (11 anos sem vitórias), em 06 de março de 1968.
Os mesmos homens, importantes no futebol, tiveram papeis diferentes no regime de exceção, também conhecido como Ditadura Militar, que dominou o Brasil de 1964 a 1985.

Sani estava voltando ao Brasil para jogar no alvinegro do Parque São Jorge e ficou neutro na luta contra a ditadura, mas acredita que foi necessário o "aperto para regularizar a situação". Já o ex-goleiro corintiano lutou literalmente contra os militares e a tortura tão presente neste período.
* Dino Sani na imagem ao lado

Em 14 de outubro de 2007, Milton Neves conversou com o filho do guarda-metas alvinegro Cassius Diogo. O jornalista contou a Cassius, que o pai chegou a ser preso por integrantes do Doi-Codi (Centro de Operações de Defesa Interna) por guardar embaixo da cama uma metralhadora, pois não acreditava em um país comandado por militares. O ex-presidente da equipe do Parque São Jorge, Wadih Helu, que tinha influência com os "poderosos" da época, conseguiu liberar o arqueiro da prisão. O filho Cassius reconheceu na Rádio Bandeirantes: "Então foi um herói".

Do outro lado, encontra-se Dino Sani, jogador de grande sucesso no São Paulo, Corinthians, Boca Juniors e Milan, além da Seleção Brasileira e ao lado de João Saldanha, comunista confesso, montou o time tricampeão do mundo em 1970.
Sani também catedrático ao afirmar que os militares não afetaram em nada o futebol brasileiro e crava: " Foi preciso dar um aperto para regularizar a situação do país".
 A reportagem do Portal Terceiro Tempo ouvi "Il Signore Sani" sobre a influência do governo militar no esporte bretão.
* foto: Diogo e o filho Cassius

Terceiro Tempo: o que os militares influenciaram no futebol brasileiro?
Dino Sani: Para mim não afetou em nada. Não foi um Golpe Militar. Foi necessário fazer para regularizar o país. 

Terceiro Tempo: Mas não existiu nenhuma pressão para os jogadores e técnicos?

Dino Sani:
Não aconteceu nada e acredito que não aconteceu nada para ninguém, acredito eu. Não foi um golpe, foi necessário dar um aperto para regularizar a situação do país.

Terceiro Tempo: Mas o senhor foi convidado para assumir a Seleção Brasileira após a demissão de  João Saldanha (Comunista, que mandou o presidente militar escalar os ministros)?

Dino Sani: 
Mas quem montou aquele time fui eu e o Saldanha. Eu não podia pegar o lugar dele. Saldanha até agradeceu depois. 

Hemeroteca da Bola: o Golpe Militar e o Futebol


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Clique nos nomes em itálico e negrito para conhecer as histórias dos personagens

O que é a Hemeroteca da Bola? Clique aqui e descubra

Em 31 de março de 1964, um Golpe de Estado liderado por militares com o apoio dos principaís veículos da mídia e também pelos governadores do Rio de Janeiro, Carlos Lacerda, de Minas Gerais, Magalhães Pinto e o de São Paulo, Adhemar de Barros, derrubou o presidente eleito pelo povo, João Goulart,  para a instauração do regime de exceção, que durou 21 anos.
O futebol seguiu a regra e se destinou como ferramenta de propaganda dos mandatários militares. Neste período a seleção brasileira conquistou em definitivo a Taça Jules Rimet, em 1970, no México  e o slogan "Pra Frente Brasil" proliferou nas camadas populares do país.
A então CBD (Confederação Brasileira de Desportos)  também caiu nas maõs dos fardados, o presidente era o Almirante Heleno de Freitas,  e o lema "onde a Arena (Aliança Renovadora Nacional) vai mal, um time no Nacional" ganhou força no país. Em 1979, a competição chegou a ter 94 times, Corinthians, São Paulo e Santos se recusaram a disputar o certame.
A Seleção Brasileira também foi comandada por um militar, Cláudio Coutinho, preparador físico em 1974, virou o treinador em 1978.  Mas o fato que mais impressionou foi a demissão do técnico João Saldanha, às vésperas da Copa de 70, devido a não convocação de Dadá Maravilha, pedida pelo então Presidente Militar, Emilio Garrastazu Médici.
 
Acima, na foto, o presidente militar Emílio Garrastazu Médici, recebeu os campeões do mundo de 1970. "Em 1970, os nossos craques politicamente eram verdadeiros pernas de pau ", máxima de Milton Neves. Na imagem da esquerda para a direita, o segundo em pé, é o goleiro Emerson Leão, Zagallo, Zé Maria, Fontana, Pelé com um olhar precavido, sendo apontado pelo ditador Emílio Garrastazu Médici, ao lado do então presidente da República, Brigadeiro Jerônimo Bastos, chefe da delegação Brasileira na Copa de 1970, a sua frente Clodoaldo, Gérson, Carlos Alberto Torres, Edu e Rivellino
 
 Em evento realizado no Palácio do Planalto, em 1961, o Presidente Jânio Quadros recebeu alguns jogadores da Seleção Brasileira. Na imagem abaixo da esquerda para a direita, o equivalente ao presidente do Sindicato dos jogadores profissionais de futebol de hoje, Gersio Passadore, Belini, Djalma Santos e Gylmar dos Santos Neves (o Goleiro Maior), João Havelange e João Mendonça Falcão, presidente da Federação Paulista de Futebol.

   Roberto Rivellino abraça o presidente militar Ernesto Geisel

 João Goulart cumprimenta Pelé após o bi mundial da seleção brasileira

 Marinho Chagas troca sorrisos com Geisel antes do Mundial daquele ano
  






Kleina caminha na prancha e Oswaldo, o gigante!

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O cheiro verde azedou. O Palmeiras não teve competência para vencer o Ituano, time de mediano para ruim e amarrado na cláusula de produtividade não duvido que a dupla Brunoro e Paulo Nobre demita o treinador Gilson Kleina.


Que o cartola não se perda por essa desclassificação, o comandante palmeirense fez o possível nesse elenco limitado, passou entre obstáculos mais complicados e caiu no mais inesperado.
Santos

A educação e a polidez já fizeram de Oswaldo de Oliveira um grande cara. Mesmo com a pressão da imprensa para se tornar mais brusco e mal educado ( à lá Felipão e Muricy Ramalho) não se converteu a violência verbal. Em contrapartida melhorou esplendidamente na condução do grupo e taticamente. Na vitória contra a Penapolense mostrou o potencial, em que muitos possam considerar apenas uma coincidência, mas como diria Milton Neves: “A coincidência é o encontro da capacidade com a oportunidade”

domingo, março 30, 2014

Itaquerão - argumentos que muitos temem em saber!

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Publicado pela primeira em 27.09.2011



O que mais leio, vejo e escuto sobre o "Itaquerão?, o provável estádio da abertura da Copa do Mundo de 2014, é um desencontro de informações, críticas abobadas, preconceituosas e intempestivas da imprensa.

Conversando com torcedores, colegas e familiares, respostas não haviam .

As dúvidas não paravam e como o tom era de insanidade da imprensa, uma inquietação hesitava e precisavam ser dirimidas.

- O estádio é financiado pelo Governo Federal?

- Vão deixar de construir escolas e hospitais para fazer o estádio para a equipe do Parque São Jorge?
- Não há bons hospitais para um excelente atendimento?

- O incentivo fiscal foi criado apenas para construir o complexo futebolístico para o Timão?

- O Morumbi foi literalmente "sacaneado? por causa da péssima relação São Paulo- CBF e Corinthians?






-  Os governos, Federal, Estadual e Municipal vão entrar com a "grana? em espécie de alguma forma no Itaquerão?

Estes acima, são apenas alguns dos embates sobre o novo estádio.

Indagado pelas "preposições" resolvi me entranhar nas questões mais complexas sobre o Itaquerão e fui pesquisar, entrevistar para tentar elucidar não só  as minhas ideias, mas também a dos leitores.

A crítica mais veemente sobre o Itaquerão, que muitos começaram a chamar de "Isentão?, é sobre a isenção do ISS. 

O Imposto sobre Serviços foi denotado como "corintiano?, mas não é verdade.

A isenção do ISS foi um compromisso assinado pela Fifa com as 12 cidades (Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Natal, Fortaleza, Manaus, Cuiabá e Brasília) sede da Copa do Mundo de 2014.

O nome do documento é "Matriz de Responsabilidades?, que constava uma série de condições das metropóles, com a entidade máxima do futebol mundial. 

O documento foi assinado dia  13 de janeiro de 2010, aliás foi quando a capital paulista assinou o contrato com a Fifa, o estádio escolhido para sediar os jogos era o Morumbi.

E os R$ 420 milhões de isenção foi motivo de indignação de muitos paulistanos.

Mas o que é está fortuna?

A  Prefeitura vai dar todo este dinheiro para o Corinthians?

Mais ou menos.

Ou melhor, mais para menos. 

A grana é um incentivo financeiro e não vai sair dos cofres do Município e sim, vão deixar de entrar.
Os CIDs (Os certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) foram criados em 2005 (Lei nº 14.096, de 8 de dezembro de 2005, alterada pela Lei nº 14.256, de 29 de dezembro de 2006), para a região da Luz e foi estendido para a zona leste e qualquer empresa pode solicitar os certificados para  posteriores descontos  no pagamento do IPTU e ISS.

Haverá um investimento inicial de mais R$ 1 bilhão da Construtora Odebrecht e os descontos serão no IPTU e ISS posteriores.

Portanto, os impostos são pagos pela Empreiteira, depois de três anos após o investimento ter sido realizado, a Odebrechet pode resgatar nos pagamentos do Imposto Predial Territorial Urbano e no Imposto Sobre Serviços até R$ 420 milhões, caso cumpra uma série de requisitos e obrigações que a Prefeitura paulistana impôs.

Segundo a renomada consultoria Accenture, somente a abertura da Copa do Mundo na cidade de São Paulo de R$ 1,2 bilhões, com a visita de 190 mil turistas e mais um bilhão de reais entrarão nos bolsos dos moradores da terra da garoa nos próximos dez anos.

O real investimento público do Governo do Estado de São Paulo será em uma  arquibancada provisória de 20 mil pessoas no Itaquerão, cujo preço gira em torno de R$ 70 milhões.

Sobre o atendimento médico no mundial, questão levantada pela imprensa após a contusão de Alex, meia corintiano, no clássico Corinthians x Santos no Pacaembu.  Fiz uma pesquisa sobre a localização de hospitais renomados.

Se o estádio da Copa fosse o Morumbi, em um raio de dois quilômetros, temos dois grandes hospitais (Einstein e São Luiz Morumbi).

Já, o Itaquerão, o melhor referenciado na região é o também São Luiz,  localizado na Anália Franco, há 12,5 quilômetros do campo do Timão.

E o Morumbi? Foi mesmo sacaneado na Copa do Mundo?

Segundo o arquiteto da Arena Pantanal, Sérgio Coelho, não!

Politicamente pode ter sido.

Para Coelho, o estádio Cícero Pompeu de Toledo é ultrapassado, com vários "pontos cegos?, impossíveis de serem retirados, os torcedores ficam distantes do gramado para os padrões Fifa e a área de trabalho técnico da imprensa seria longínqua .

Fora os problemas com as cadeiras "cativas?, que não podem ser alteradas de local por problemas burocráticos. 

A Inabilidade política são-paulina foi um dos fatores que preteriram o campo em bairro nobre da Copa.
Nos últimos anos, os dirigentes se abasteceram da soberba e encrencaram com a Fifa, CBF, Corinthians, Palmeiras, Santos e Portuguesa.

Este texto não é uma resposta sobre o que é o ideal para a cidade e sim, argumentos, para que você possa refletir e ter a sua opinião, sem a influência de ninguém.

Seo Constâncio nunca foi palmeirense, o Palmeiras era ele!

A minha maior referência do Palmeiras era o seu Constâncio. Defensor das cores alviverdes de todas as maneiras democráticas. Era tão fanático, que nos fazia imaginar os chutes de Lima no final da década de 50, o título mundial de 51 e a Acadêmia de futebol de Ademir da Guia.

Não vi, nenhuma destas equipes jogarem dentro de campo, apenas entrei no mundo do italiano, no campo descrito e imaginário do Seu Constâncio .

O filho, Daniel "Boca" ,não teve opção para torcer, virou um palmeirense convicto devido ao amor do pai pelo clube, mas sofria com os amigos na adolescência.

Seo Constâncio era daqueles apaixonados inveterados. Tinha um amor descomunal dentro dele que transbordava em tudo que falava, fazia e nos educava.

Pena que descobri só agora.

Fui criado na zona Leste de São Paulo e lá, desde sempre, um domingo de Corinthians x Palmeiras, não era um dia comum.

Seo Constâncio (foto) não era apenas palmeirense, o Palmeiras era ele.

Defendia o seu time, aonde era impossível defender, com argumentos que existiam e também os que não tinham o menor nexo.

O amor daquele senhor pelo Verdão, nos incomodava, cutucava, era um sentimento puro e isso entre nós, humanos, importuna.

E tem outro nome também: INVEJA!
Terminava o jogo, se havia vitória do Timão, todo mundo corria para casa do "Pai do Boca" para gritar, espernear, apertar a campainha e sair correndo. Era uma baita balbúrdia.
E depois de fazer tudo isso na porta da sua casa, sabe qual era a sua atitude: nenhuma.
Tolerante, era um ensinamento na  pura simplicidade do Seo Constâncio.
Em caso de vitória, da equipe do Parque Antártica, todos sumiam da vista dele por tempos.
Quem o aguentava?
Italiano, imigrante, construiu a sua família, deixou o seu legado na construção civíl, não gostava de andar de carro e sim, de falar com gente, com o povo.
O robusto ítalo-brasileiro parava no ponto de táxi, no jornaleiro, batia um papo com motorista de ônibus e tinha sempre aquele papo, com o dono da Adega.
Inúmeras histórias engraçadas são contados a seu respeito.
Imagine a cena: na maior cidade da América Latina, uma das cinco maiores do mundo, na região com a maior população, havia um boi pastando em uma praça que era o ponto final do ônibus e centro comercial do bairro.
Tinhoso, Seo Constâncio, foi mexer com bovino e vamos dizer, que o animal não gostou muito e tascou uma corrida em cima do italiano, que por fim levou uma "cabeçada" do bicho e seu chapéu "voou" por metros. 
Era reconhecidamente um excepcional mestre de obras.
Não cansou em dar "nós" nas cabeças dos jovens engenheiros, com sua experiência.
O carismático Seo Constâncio faleceu no dia 14 de julho de 2013, aos 85 anos, deixando triste a sua família, os seus amigos e toda aquela molecada do "Morro do Elefante". 
 
* Foto: Daniel - Seo Constâncio

ED30segundos -Bellini, o menino é o pai do homem

Hideraldo Luiz Bellini já é saudoso.
Não só por ser o primeiro capitão campeão do mundo pelo Brasil ou pelo gesto eternizado e copiado por todos que tem por obrigação em levantar a taça em qualquer modalidade esportiva.
Mas sim por sua personalidade sem igual.
Não se agachava aos desmandos e demagogias dos dirigentes e políticos.
Por ironia do destino será e muito homenageado às vésperas de mais um mundial, deferência que destestava por achar um descaso e hipocrisia por causa da data.
Em 1958, foi titular e não se fez de indignado ou rogado em 1962, quando foi reserva do seu grande amigo Mauro Ramos de Oliveira.
Sempre respeitoso e ético, viveu seus últimos anos lutando contra o Mal do Alzheimer.
Esqueceu a família, das glórias no futebol e também as decepções e as mágoas.
Voltou a ser uma "criança", um "menino", o mesmo que cresceu em Itapira, que era redomado de cuidados, antes de ser o líder, de erguer a taça e fazer a história no esporte mundial.
Afinal, o menino não é Pai do homem?
E este sempre se sucumbirá ao passado e as perspectivas do garoto que foi?
Mas tudo adormeceu na memória do ex-zagueiro do São Paulo e do Vasco.
Era para Bellini terminar assim, mas o destino não quis.
Pois em algum colégio, campo de futebol, quadra ou mesmo em qualquer rua do mundo sempre terá um menino com o os braços erguidos e uma taça fictícia, comemorando um título que também não existe e a tese de Machado de Assis, em Memórias Póstumas de Brás Cubas, se renderá ao capitão: o menino é Pai do Homem!



Pingo no Í: o Paulistão está com cheiro verde!

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O destino transformou uma “armadilha” em êxito, a campanha do Palmeiras no Campeonato Paulista. O executivo de futebol, José Carlos Brunoro, e o presidente Paulo Nobre que relutaram em renovar o contrato do treinador Gilson Kleina e posteriormente impuseram a cláusula de produtividade, era a garantia do motivo para a demissão justificada.
Brunoro, que não tem o preceito do rendimento em seus vencimentos, chegou a procurar o argentino Bielsa antes de fechar com o atual técnico. Mas o Verdão se mostrou competitivo, equilibrado e eficiente.
Assim, Kleina ganhou o respeito do torcedor, da imprensa e também da diretoria, a contragosto, mas que se farta do sucesso esmeraldino na competição.

ED30segundos : o tempo de Mano Menezes!

Fora do Campeonato Paulista, o treinador Mano Menezes terá tempo para trabalhar o Corinthians no Brasileirão em 2014. E caso de uma derrota, a cobrança será forte.


Pingo no Í: A decadência do São Paulo

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O São Paulo Futebol Clube foi um clube pioneiro no Brasil nas décadas de 80 e 90 e hoje amarga um período de fracassos e incoerências.

Não é por acaso.

A partir de certo momento, o Tricolor do Morumbi parou de se preocupar com as suas próprias pernas para divagar sobre o arquirrival (Corinthians) que o imitava tentando angariar o mesmo sucesso.

Os fracassos foram concomitantes nos campeonatos Brasileiros, Paulistas, Libertadores e Copa do Brasil. Em todos os reveses, algo em comum, o presidente Juvenal Juvêncio.


JJ foi um colecionador de títulos no passado, hoje se tornou uma figura caricata, símbolo de um continuísmo de uma agremiação que outras épocas notabilizou-se por atitudes e democracia entre os seus.

O resultado de tudo isso se viu em campo, a desclassificação do Paulistão, em pleno Morumbi, para a Penapolense, sintoma maior não há.

ED30segundos - estamos sendo justos com o Neymar

Estamos sendo justos com as cobranças feitas ao ex-jogador do Santos e hoje no Barcelona? Afinal, ele chegou a poucos meses e já exigimos dele atuações de Pelé sem levar em conta a adaptação a um novo país e  o tempo de enrtrosamento.


Pingo no í: o futebol é um esporte de perdedores!

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A frase do título foi dita por José Renato Sátiro Santiago. É uma reflexão simples e profunda sobre o futebol. Afinal, somente um time é campeão. O que sobrou, perdeu.

E não é isso que dá graça ao esporte? O Bayern de Munique conquistou ontem o título alemão com sete rodadas de antecedência e a torcida comemorou por duas horas. Muito menos que a JU Jovem, que há duas semanas viu o time grená da Mooca derrotar o Taubaté pelas divisões inferiores do Campeonato Paulista.

O equilíbrio é a base da graça dos campeonatos esportivos; enquanto a Espanha tem o privilégio de ver três times em alto padrão, a Alemanha, dois, o Brasil, tem 10, com o nível técnico baixo, mas em uma constância que uma mosca faz diferença na tabela.

Pingo no Í: Por que valorizamos tanto o Bale e Lewandoviski e batemos em Neymar e Fred?

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Existe uma linha tênue entre o pachequismo e o estrangerismo na imprensa brasileira.

Ou valorizamos demais os jogadores nacionais ou depreciamos em demasia em pró dos gringos.

Talvez tenhamos exagerado diversas vezes em ambos os lados. Ultimamente precisamos fazer uma reflexão a que ponto estamos cobrando os atletas brasileiros.

Exemplo é o Neymar. Queremos do ex-santista, atuações de Messi a cada jogo do Barcelona.
Mas o menino desembarcou a pouco tempo na Catalunha , ainda está em fase de entrosamento e adaptação. Mas em relação ao Bale e Mondric, craques do Real Madrid, somos complacentes e benevolentes.

Elogiamos com ênfase Lewandowski , centroavante do Bayer de Munique, mas desprezamos Luís Fabiano e Fred. Será que há tanta diferença entre eles?

Usamos dois pesos e duas medidas para analisar os “brazucas” e os “gringos” no futebol?

É a pergunta que devemos fazer todos os dias na imprensa.

Linkado: "O brasileiro é um racista cordial"


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Se você chegar de supetão na redação do jornal Agora S. Paulo e falar sobre o jornalista Marcos Sérgio Silva ouvirá: “ele é dez” e não seria diferente se você perguntar na emissora de TV à cabo ESPN Brasil: “gente boa demais” e até na Placar, principal e única revista sobre futebol no país, sua atual casa profissional, é taxado pelo repórter Ricardo Gomes: “figuraça”.
Poucas profissionais conseguem ser tão queridos quanto Marcos Sérgio Silva, repórter na veia, com passagens pelo grupo Folha e agora na Editora Abril.
Mas por trás desta personalidade de benevolência há opiniões seguras e fortes sobre os aspectos que afligem o país, o mundo e as pessoas.
Marcos é o entrevistado da semana da seção “Linkado” e falou sobre uma situação que ainda atinge mais da metade dos brasileiros: o racismo.

 Leia a entrevista abaixo:

Terceiro Tempo: o brasileiro é racista?


Marcos Sérgio Silva: é um racista cordial. Ele não nega o negro, mas também não dá ao negro as mesmas condições. Também não poupa o negro de piadas e comportamentos que o denigrem.

Terceiro Tempo: quem pratica o racismo no Brasil?



Marcos Sérgio Silva: Quem se recusa a entender que é preciso corrigir as deformações de um país no qual existiu um sistema escravagista de mais de três séculos. O negro partiu de um ponto que nem mesmo o mais pobre imigrante precisou partir para justificar sua cidadania. Logo comparar questões de raça e sociais é um parâmetro que não pode ser usado, justamente porque os negros tiveram que vencer obstáculos educacionais e profissionais para se afirmarem.


Terceiro Tempo: segundo o IBGE, os negros ganham um pouco mais que a metade dos brancos. Por que isso acontece no Brasil?


Marcos Sérgio Silva: Porque o negro demorou a se afirmar como profissional por políticas que não o beneficiavam. Na era pós-escravagista, os negros, salvo raras exceções, tiveram que frequentar as piores escolas e as piores vagas oferecidas. Somente um sistema de cotas que corrija essas distorções e que faça com o que o negro alcance os avanços obtidos por outras raças e classes o fará atingir patamares parecidos com o dos brancos.


Terceiro Tempo: no caso do Tinga no Peru, o brasileiro se solidarizou de modo em geral. Você acredita que os mesmos praticaram de demagogia na situação?


Marcos Sérgio Silva:
 Acredito que não. O insulto racista sempre chocou o brasileiro – afinal, esta era a reação dos vizinhos à nossa seleção de futebol, quando éramos chamados de macaquitos. Acredito que, com o episódio, o brasileiro lembrou dessa época cruel. Mas há, em outros esportes, episódios semelhantes. A própria torcida do Cruzeiro, em uma partida de vôlei, insultou o jogador Michael, do Vôlei Futuro, por ele ser homossexual. A linha pode ser bastante tênue.


Terceiro Tempo: quais são as atitudes consideradas implicitamente racistas e toleradas pela sociedade?


Marcos Sérgio Silva:
 Ela existe em toda parte. No transporte, onde o tratamento dado a usuários das linhas 3 e 5 do metrô de São Paulo, por exemplo, é pior que nas outras linhas. São usuários mais pobres e onde a população negra mais se concentra. Na segurança, quando o alvo da revista policial quase nunca escapa do negro ou pardo. Na prontidão de vigias quando um negro entra em um banco. Eu não diria que ele é implícito – pelo contrário, o racismo é explícito.


Terceiro Tempo: o negro no Brasil é aceito pelas classes mais abastadas quando se torna rico e poderoso?


Marcos Sérgio Silva:
 Sim, mas quase sempre com o complemento: ou é jogador de futebol ou é músico/sambista. O ministro Joaquim Barbosa, por exemplo, teve o seu relacionamento com uma mulher branca questionado – e por um site de esquerda. Quando o celebram, lembram da infância difícil, uma maneira de afirmar que a estrutura familiar dos negros é diferente da dos brancos.

 
Terceiro Tempo: por que a predominância dos ídolos negros brasileiros se consolida no espectro esportivo?


Marcos Sérgio Silva:
 Porque foi justamente lá que eles se encontraram em igualdade de condições com os brancos. Desde que a segregação esportiva caiu, nas décadas de 20/30, eles puderam competir de igual para igual com outras raças. A desigualdade em outras áreas começou a cair recentemente.



Terceiro Tempo:
 por que não há, apesar da miscigenação do povo, tantos negros advogados, jornalistas, médicos e outras profissões com curso superior e há tantos em penitenciárias?

Marcos Sérgio Silva:
 Justamente porque nunca houve condições para que eles vencessem a barreira de um ensino fundamental fraco. Negros, como afirmado, ganham pouco mais da metade dos brancos. Não têm condições de dar aos filhos a educação que o branco pode dar. Muitos entram no mercado de trabalho cedo para suprir as necessidades da família – ou, sem oportunidades, são seduzidos pelo mundo do crime. O sistema de cotas corrige em parte esse problema por dar aos negros a condição de se equiparar aos brancos que tiveram uma boa preparação na adolescência. E corrige um erro histórico, que foram os mais de três séculos de escravidão, que os colocou em condições sub-humanas e que ainda hoje precisam ser reparadas.


Terceiro Tempo: os negros e os pardos no Brasil tem a densidade de etnia de 50,7 % , você acredita que eles tem as mesmas oportunidades na vida profissional e educacional dos brancos?

Marcos Sérgio Silva:
 Não. A maior parte não consegue entrar nem mesmo no curso superior por problemas vinculados à baixa remuneração e à fraca preparação nos ensinos básico e superior. O que, por tabela, também dificulta a chegada deles nas melhores vagas do mercado de trabalho.

Terceiro Tempo: o sistema de cotas para os negros nas universidades federais mudou ou vai mudar alguma coisa no Brasil?


Marcos Sérgio Silva:
 Já mudou. Já é possível ver negros nas universidades. Em breve, eles estarão disputando com os brancos os melhores cargos nos mundos privado e público. É preciso acelerar esse processo, para que os filhos desses negros possam ter a oportunidade que os brancos tiveram sem a ajuda de cotas. As cotas não são eternas, mas são um meio de consertar uma tragédia chamada escravidão.