sábado, dezembro 12, 2015

Biriba, o vira-lata, que deu um título ao Botafogo






Assista acima a história de Biriba

Há exatos 67 anos, um personagem inusitado foi o principal fator para derrubar o “Expresso da Vitória”, como era conhecido o time do Vasco, em 1948. O “vira-lata” Biriba deu a confiança aos jogadores do Botafogo ter a fé necessária no improvável título de campeão estadual.



Carlito Rocha, presidente do Botafogo, com Biriba, seu "amuleto da sorte".

O futebol é um esporte para perdedores. Afinal, apenas um time é o campeão. Muitas vezes, o talento indubitável, a tecnologia e o dinheiro não bastam para o clube levantar o “caneco” do título. O “sobrenatural’, o místico e o espiritual contam muito em jogos e temporadas difíceis, porque os jogadores mais que do jogar bem, eles precisam acreditar que é possível chegar ao cume.



Biriba brinca com Nilton Santo Santos após a conquista do título pelo Botafogo.

 E se há uma equipe que lidou e lida com essas situações em diversas fases de sua história é o Botafogo de Futebol e Regatas. A agremiação da estrela solitária teve o mais lendário e supersticioso cartola do futebol brasileiro: o seu ex-presidente Carlito Rocha que adotou um vira-lata como símbolo do escrete campeão.
Em 1948, o Fogão ainda não tinha o “anjo” das pernas tortas, Garrincha, em seu elenco e teria que enfrentar um esquadrão naquela competição estadual: o Vasco. 


A charge de Otero no Jornal de Sports em 13 de dezembro de 1948.
A equipe da cruz de malta era conhecida como “Expresso da Vitória”, além do título regional conquistado em 1947, havia conquistado em março a precursora da Copa Libertadores da América, o Campeonato Sul-Americano de Campeões.
O ex-zagueiro ex-zagueiro Jamyr Sueiros, também conhecido por Macaé, que uma vez emprestado ao Bahia, marcou três gols contra e voltou correndo para General Severiano; de volta a cidade maravilhosa, o beque que morava em uma pensão no bairro de Copacabana, aonde tinha um cachorro que incomodava os hóspedes e a pedido da dona do estabelecimento recebeu a incumbência de se livrar do cão.



Biriba entrando em campo com o time do Botafogo.

Sem saber como agir, Macaé levou o “cãozinho” preto e branco para a sede da agremiação e justo naquele momento estava sendo disputado um jogo entre os reservas da esquadra da casa contra o Madureira. Por distração do seu tutor, Biriba entrou em campo e urinou na trave tirando a atenção do goleiro do tricolor suburbano que levou o último tento da goleada por 10 a 2.
Era um sinal dos “Deuses” para o presidente Carlitos, que a partir daquele momento levou Biriba para todos os jogos do Fogão e a escrita permaneceu.



Pose de campeão do time e de Biriba.

O time ficou invicto 17 jogos, conquistando o título estadual em 12 de dezembro daquele ano.
O vira-lata ajudou em muitas partidas, quando a situação estava difícil era solto do banco de reservas para morder os jogadores adversários. Às vésperas da final contra o Vasco, um boato rondou o mundo futebolístico do Rio de Janeiro, que era um possível envenenamento do amuleto da sorte, o Biriba.
Carlito Rocha não teve dúvidas trancou Macaé com Biriba em uma sala em General Severiano e sentenciou o defensor: - Antes de dar comida ao “bichinho” prove antes, se não acontecer nada com você, pode alimentá-lo.


Biriba na mesa do presidente Carlito Rocha.
O Botafogo venceu o super time vascaíno por 3 a 1 e há uma foto de Biriba comemorando o título mordendo as meias de Nilton Santos.
Mas para manter a superstição do amuleto, Rocha passou por algumas agruras, um exemplo foi para entrar no estádio do seu oponente maior, São Januário, o segurança tentou vetar a entrada de Biriba. Mas o cartola não se fez de rogado e desafiou: - “Ninguém impede o presidente do Botafogo de entrar onde quer que seja e quem estiver com ele entra, com certeza”.



Biriba, mais uma vez, com o time campeão de 1948.


 Outras “lendas” é que em uma viagem para enfrentar o São Paulo, no Pacaembu, Carlito não queria gastar muito e resolveu cortar o meia-esquerda Bauduca da delegação, para levar Biriba, já que era uma cláusula contratual para o amistoso. Após o incidente, o atleta encerrou a sua carreira profissional.



Novamente com o presidente Carlito Rocha.

Outra história que envolve Biriba é a contratação de um zagueiro do Bangu em 1953, mas um dirigente do Glorioso lembrou que este mesmo jogador chutou o “amuleto” botafoguense em uma partida e o negócio não se concretizou.
O lendário Biriba era muito arisco, deixava apenas o seu dono Macaé e Carlito Rocha pega-lo no colo e recebeu este nome do goleiro Osvaldo “Baliza”, pois era um jogo de cartas muito popular entre os atletas. Em 2015, torcedores se reuniram para festejar os 60 anos do nascimento do cão da sorte e criaram até uma camiseta.



As fotos do gols do Botafogo na vitória sobre o Vasco em 1948.

O vira-lata campeão que foi tratado a filé de primeira, nasceu em 14 de setembro de 1945, em uma calçada em Copacabana, morreu treze anos depois em 10 de agosto de 1958, na rua Raul Pompéia, na casa do seu “descobridor” Macalé, no mesmo bairro que surgiu. Tem coisas que só acontecem com o Botafogo!






Macalé, o tutor de Biriba.


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