segunda-feira, maio 05, 2014

Personagem: Quem é o louco italiano?

Ednilson Valia, fale com o jornalista clicando aqui ou no twitter:  @eddycalabres
Fotos UOL Esporte
Quem o vê fazendo o papel de torcedor fanático, enlouquecido e divertidamente mal humorado na TV italiana, não imagina que o torcedor símbolo do Milan, Tiziano Crudeli, de 71 anos, teve um início de vida triste e ganhou fama nacionalmente somente depois dos 55 anos.
Nascido em Forli, uma pequena cidade perto de Bolonha e tornou-se um apaixonado por futebol devido ao fanatismo do irmão mais velho pelo Milan. Aos 12 anos foi obrigado a mudar-se para Milão devido à morte prematura dos pais.

Mas não foi com o “calcio” que iniciou a sua carreira jornalística. Por muito tempo foi chefe do gabinete de Imprensa do Comitê Regional Lombardo da Federação Italiana de Tênis e exerceu a função de diretor da revista de Tênis Lombard Il Giornale del Tênis.

A partir de 2002, ao lado do “inimigo” Elio Corno, começou ganhar fama com a sua devoção pelo time “rossonero”. Em debates fervorosos, com comemorações exageradas e gritos infinitos pró a agremiação rubro-negro na Telelombardia incomodou os concorrentes com os pontos de audiência. Em 2006, mudou de emissora e assinou com a 7 gold, ao lado do seu amigo interista, Elio.

Crudeli com seu estilo personalista ganhou notoriedade fora da Itália, virou garoto propaganda da casa de apostas britânica Ladbrokes e no Brasil, ganhou a simpatia dos telespectadores com sua simpatia obsessiva pela agremiação milanista e admiração de muitos comentaristas que ainda não tiveram a sua coragem para se declarar da mesma maneira.

Além dos programas de televisão, Tiziano é diretor editorial do jornal “Print Sports & Sydney”, que cobre o futebol amador na Lombardia.
Atualmente não está muito preocupado com o julgamento alheio pela isenção dos seus comentários, pois além de colunista da revista “Forza Milan”, também é contratado do clube italiano como funcionário, especificamente assessor de imprensa.
Os “tifosi” italianos ainda criam expectativas para saber qual vai ser o seu próximo "chilique" durante ou pós os jogos , para sempre no final simplesmente gargalharem com os gritos de Crudeli.

 Veja vídeo de Tiziano Crudeli

sexta-feira, maio 02, 2014

o assédio sexual na imprensa esportiva

Ednilson Valia, fale com o jornalista clicando aqui ou no twitter:  

 A série Tags do JE (clique e saiba o que é) chegou ao seu fim discutindo o papel do jornalista e do jornalismo esportivo no cenário brasileiro. Conversou com o gerente de conteúdo da Fox Sports, Rogério Micheletti, discutindo a importância da memória esportiva, a cobertura do futebol alemão, com o jornalista do iG, Mário André Monteiro, as categorias de base, com o repórter do portal Terra, Dassler Marques e os goleiros, com o especialista Humberto Perón.

A última entrevistada é com a autora do livro "Bacuri" e subeditora do Portal Imprensa, Vanessa Gonçalves, que deu novo tom ao papel da mulher nas redações esportivas, além de retratar o problema do assédio sexual,  a postura feminina e a evolução nas últimas décadas. 

Outra seção que chegou o seu final foi a coo-irmã da Tags do Je, o Linkado (clique aqui e saiba o que é) mostrou que o jornalista esportivo tem muito o que falar e que não é alienado como muitos pensavam. 
Luis Augusto Simon, blogueiro do UOL,  indagou a controvérsia se o brasileiro é reacionário, já o Marcos Sérgio Silva, da Revista Placar, debateu o racismo no país e terminou com Flávio Gomes, comentarista da Fox, determinando as diferenças entre PT e PSDB. 


Confira a entrevista de Vanessa Gonçalves

Tijolos sobre Tijolos: Mulher sofre preconceito no jornalismo especializado em futebol?


Vanessa Gonçalves: Ainda sofre, mas numa proporção bem menor do que dez, 20 anos atrás. Temos hoje muitas mulheres atuando nesta área, embora ainda escolham as modelos-jornalistas para apresentar programas de esporte. Na minha visão, isso é um certo preconceito, pois existem repórteres mulheres muito mais capacitadas, mas ficam sempre à sombra por questões estéticas.


Tijolos sobre Tijolos: Mulher sofre preconceito no jornalismo especializado em futebol?




Vanessa Gonçalves: Não há,simplesmente, porque ainda acham que mulher não entende de futebol tanto quanto os homens. Existe esse problema em relação ao colegas e aos atletas e técnicos, que dificilmente dão o mesmo espaço para as jornalistas "entrarem" no vestiário, tomarem parte deste círculo masculino. Tínhamos a Soninha e Mily Lacombe...e ambas viviam sendo questionadas não por seus conhecimentos, mas por serem mulheres. Espero, sinceramente, que num futuro próximo isso mude.

No entanto, algumas iniciativas na TV em programas só com mulheres que caíam
muito no lugar comum. O que tinha melhor qualidade era o Belas na Rede, da RedeTV!, mas que não sobreviveu. Esse quadro Bolsa Redonda, do Esporte Espetacular, é horrível. Das quatro, só uma realmente entende de futebol. O resto? Fica babando ovo em jogador e falando abobrinha. Aí, como podem respeitar mulher comentando futebol? Fica difícil!


Tijolos sobre Tijolos: Quais são os tipos de comentários que mais incomodam a mulher na redação e no cotidiano do esporte?

Vanessa Gonçalves:Na maioria das vezes, tentam mostrar que mulher sabe menos, acompanha menos, ou seja, tentam diminuir nosso conhecimento. Fora que muitos acham que trabalhamos com futebol porque estamos "afim" de jogador. Tenho horror a esse tipo de insinuação.
O engraçado é que, muitas vezes, nós sabemos tanto quanto os homens. Porque temos a mesma capacidade e interesse no tema. E com uma vantagem, temos um olhar que abrange outros assuntos que tornam a cobertura mais humana e interessante.

Tijolos sobre Tijolos: Como a mulher deve se impôr para evitar o machismo para galgar vagas na imprensa?

Vanessa Gonçalves: A primeira coisa é ela mesmo se impor respeito. Para trabalhar com futebol ou esportes não pode haver envolvimento afetivo com atletas. Se isso acontecer, isso não só prejudica a pessoa, como também todas as outras mulheres que cobrem esporte, que ficam tachadas como "marias chuteiras".
É triste, mas sabemos de muitos casos do gênero.
Acho que machismo é espelho da nossa sociedade e num espaço tão masculino quanto o futebol é preciso se mostrar profissional acima de qualquer coisa. Desa forma, não há machismo que resista ao talento de uma boa repórter.

Tijolos sobre Tijolos: É possível mudar o processo da "pirâmide" da posição da mulher no jornalismo esportivo?


Vanessa Gonçalves: É possível, desde que os gerentes/diretores de jornalismo vejam as mulheres que atuam no esporte com outros olhos. Hoje, a maioria da redações de todos os tipos de veículos são essencialmente femininas, o que, na minha opinião, reflete a capacidade profissional dessas mulheres. Então, quanto perceberem que com elas no comando ou atuando no esporte as coisas podem melhorar, talvez essa pirâmide se torne outra forma geométrica, deixando de ser uma pirâmide.


Tijolos sobre Tijolos: E o assédio sexual existe na profissão?



Vanessa Gonçalves: Existe. E de forma bastante velada. Não só por parte dos atletas, mas de colegas e, especialmente de chefias.


Tijolos sobre Tijolos: Você já recebeu alguma proposta indecorosa ou soube de alguma? Se aconteceu, como se comportou?




Vanessa Gonçalves: Já fui assediada por alguém que prometeu uma vaga numa grande emissora de São Paulo, mas neguei a proposta. É um sonho atuar essencialmente no esporte, mas se for para trabalhar na área, será por meu talento profissional, não porque saí com fulano ou sicrano! Fiquei muito entristecida quando isso aconteceu, mas sei que isso reflete não só o machismo, mas o fato de outras mulheres terem aceito esse tipo de cantada. Pode ter ajudado algumas delas, mas prejudica aquelas que querem apenas ser profissionais do jornalismo esportivo.

quinta-feira, maio 01, 2014

Pingo no Í: Bayern mostrou que somos todos idiotas!

Ednilson Valia, fale com o Jornalista clicando Aqui ou no twitter: @ eddycalabres
O que é Pingo no Í? Clique aqui



A goleada do Real Madrid sobre o favorito Bayern, em Munique, mostrou que todos os diagnósticos e prognósticos estão muito longe da realidade.

Nós, jornalistas esportivos, em muitas vezes nos comportamos como verdadeiras "mães Dinah" ao dedilhar nossas análises e hipóteses longínquas.

O time merengue simplesmente massacrou os alemães sem dó e piedade, com uma síntese aula tática de Carlo Ancelotti sobre o Pep Guardiola
.
A derrota é o início do declínio do espanhol? Claro que não. Mas uma grande lição.
Essa vitória é o título antecipado da equipe do Santiago Bernabeu, como garantiu alguns colegas de imprensa? Também não.

O futebol não é uma caixinha de surpresas como disse certa vez Benjamin Wright.