quarta-feira, abril 30, 2014

Personagem: Robben, era para ser o "Rei" de dois mundos!

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 Imagens Diogo Miloni


Era para ser um rei de dois mundos. Mas o homem de Bedum que iniciou no Croningen, passou pelo PSV Eindhoven e andou pelo Chelsea, até chegar nos Merengues. Em Madrid não reinou e ao lado de outros de "sangue azul" (Wesley Sneidjer e Rafael van de Vart) foi despachado para outras monarquias.
Arjen Robben deixou o Real Madrid desacreditado e desembarcou em Munique humildemente para trabalhar com seu compatriota Louis Van Gaal. Na alta baviera, o futebol do holandês eclodiu e vários títulos foram banhando a ouro pouco a pouco a coroa no Bayern de Munique até o seu ápice, a conquista da Champions League em 2012-2013.

Apesar de aparentar ser mais velho, Robben é jovem, tem apenas 30 anos e encontra-se no máximo de sua forma. Podendo ainda faturar outro caneco da Liga dos Campeões e quem sabe beliscar o maior título de sua carreira, a Copa do Mundo de 2014. Na última, em 2010, na África do Sul, foi vice-campeão.

terça-feira, abril 29, 2014

Pingo no í: Daniel Alves, somos todos macacos!

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Confesso que não era um fã ardoroso do Daniel Alves.

Mas o lateral direito do Barça foi genial diante do Villareal ao comer a banana atirada pela torcida de "primeiro mundo".

Ao ingerir a fruta jogada e ignorar a ofensa, Daniel simplesmente calou a boca daqueles que acham comum o racismo, que ignoram que lá, um país formado pela maioria por brancos há atitudes indefensáveis para aqueles que escalam pessoas em graus como primeiro, segundo ou terceiro, ou os "sabidos" que tiram sarro de quem crítica os que classificam gente como leite, tipo A, B ou C.

Ficamos na espera de qual será a punição para o Villareal e se a Fifa vai se pronunciar a respeito. Mas já sabemos a resposta, ficamos no aguardo dos nossos colegas, os mesmos que costumam exaltar os feitos de fora em demasia e se terão a responsabilidade de fazer tal heresia.

segunda-feira, abril 28, 2014

Pingo no Í: Novo presidente do São Paulo vai assistir a abertura da Copa no camarote da Globo

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Apesar do novo diretor de futebol do São Paulo, Ataíde Gil Guerreiro, em entrevista ao Blog do Menon, criticar a postura da Rede Globo em relação a distribuição das cotas de TV, o novo presidente do clube, Carlos Miguel Aidar, estará presente na abertura da Copa do Mundo, na Arena Corinthians, como convidado no camarote da emissora carioca.

Guerreiro reclamou que as novas cotas de TV a partir de 2016, beneficiarão e muito o Timão e o Flamengo, que passarão a receber R$ 170 milhões, enquanto a agremiação do Morumbi “apenas“ R$ 110 mi.

Aidar, também um crítico contumaz do estádio corintiano, recentemente declarou a imprensa que o complexo esportivo do Alvinegro paulistano está recheado de problemas e que pertence a construtora Odebrechet.

A política da boa vizinhança parece que é uma das prioridades da nova gestão são-paulina. Carlos Miguel Aidar é também advogado da Confederação Brasileira de Futebol contra a Portuguesa, ainda sobre o caso da escalação de Héverton e a queda da Lusa para segunda divisão do Brasileirão.

domingo, abril 27, 2014

Pingo no Í: todo corintiano é banguelo!

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Os dentes são a primeira apresentação de qualquer pessoa.

É neles que enxergamos e temos nossas impressões iniciais.

A princípio todos os torcedores apresentam excelentes "dentições?.

Todos os "dentes" são brancos, sadios e fortes.

Sem o profundo conhecimento do íntimo de cada torcida ou especificamente do torcedor, todos são apaixonados pelos seus clubes, com pequenas peculiaridades.

O amante de futebol é igual paisagem no Japão: quem viu um, já viu todos e assim pode ir cuidar da vida!

Com exceção do corintiano; este é um banguelo!

Meus caros, em qualquer domingo vá ao Pacaembu ou ao Itaquerão, nos próximos meses e lá você verá o torcedor da agremiação do Parque São Jorge nas arquibancadas, nas numeradas, na tribuna de honra, em qualquer ponto do campo do mesmo jeito!

 Sofrendo, ou melhor, adorando sofrer.

Você apertará a mão de um corintiano e virá a inevitável pergunta: "Para quando é o suicídio?", tal o grau da angustia que encontrarános nos rostos alvinegros.

E não é uma questão de classe social, educacional ou cultural.

É uníssono.

Desde o rico, cujas pantufas de "patas de dinossauros" aquecem os pés, aos paupérrimos cuja os chinelos de "dedo" estão desgastados.

Todos têm o mesmo semblante.

Eles curtem o sofrimento.

Parece que é inerente.

É como se a tranqüilidade e a felicidade os ofendessem.

Os "sofredores" do Timão comemoram, vibram, fazem uma festa espetacular em momentos de dificuldade.

Nas vitórias, goleadas e afins, o ambiente fica monótono, silencioso, sem o sofrimento e a graça chega ao fim. Não há motivo, o corintiano não tem porque sofrer.

sábado, abril 26, 2014

"Espanholização" nas cotas de TV assusta futebol brasileiro


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No dia 18 de abril de 2014, o diretor de futebol do São Paulo, Ataíde Gil Guerreiro, mostrou-se indignado com as cotas que a Rede Globo pagará a partir de 2016 aos times com o maior número de torcedores no Brasil, respectivamente Flamengo e Corinthians, cerca de R$ 170 milhões por ano, enquanto o Tricolor do Morumbi receberá “apenas” R$ 110 mi, o terceiro maior valor.


“Espanhanholização” é o termo cunhado pelo especialista em marketing  esportivo Amir Somoggi e que após a implosão do “Clubes dos 13” ganhou força entre os times nacionais que passaram a negociar os seus próprios contratos com a detentora dos direitos televisivos – “Rede Globo”- que segundo o site Futebol Business pagou pelo triênio 2012 -2015, R$ 2,7 bi pelas partidas da série A, no canal aberto e nos fechados, sem contar o pay-per-view.

Entre 2016 e 2019, a Globo pagará R$ 4,11 bi no total, e Timão e Fla passarão a receber R$ 60 milhões a mais que os são-paulinos por ano, não contando os recebimentos do “pague para ver”, uma diferença que pode significar os salários do departamento de futebol por 12 meses.

Abaixo, os valores pagos pela TV Globo aos times de futebol a partir de 2016

Times  R$ milhões/ano
 Flamengo  R$ 170
 Corinthians   R$ 170
 São Paulo  R$ 110
 Vasco  R$ 100
 Palmeiras  R$ 100
 Santos  R$ 80
 Cruzeiro  R$ 60
 Atlético MG  R$ 60
 Botafogo   R$ 60
 Fluminense  R$ 60
 Grêmio   R$ 60
 Internacional   R$ 60
 Outros   R$ 35

Em contrapartida, o equilíbrio tão alastrado como beneficente ao campeonato nacional pode se perder com os anos devido à diferença financeira. Algumas ligas européias adotaram um sistema diferente da divisão dos direitos televisivos.



A Premier League, a primeira divisão do futebol inglês, comercializou os seus jogos para a TV aberta e a cabo por € 1.250 bi ano, de 2013 a 2016. Eles dividem 70% do valor total em partes iguais aos 20 participantes, 15% pela classificação na competição e 15% pela audiência alcançada. A fórmula inglesa mantém a competitividade e deixam as agremiações cada vez mais ricas.

Outro sistema diferenciado é a da Bundesliga, a liga alemã, que negocia os direitos anualmente e reparte em partes iguais para todos que disputam a competição. Critério muito questionado pelo Bayern de Munique.
Já entre os italianos, o Ministério Público precisou intervir para que o modo desprorpocional da negociação individual entre os times fosse modificado. A partir de 1999, o pagamento da TV para as entidades esportivas baseou-se em três itens: 1. 40% do valor dividido em partes iguais a todos os times; 2. 30%: será repartido devido ao desempenho no Calcio; 3. 30% pelo tamanho da torcida no país.

Apesar dos valores terem aumentado consideravelmente ( em 1999, os clubes recebiam R$ 25 mi), o Campeonato Brasileiro, pentacampeão mundial, seria apenas o sexto no quesito valor comercial dos direitos televisivos ao lado do certame turco.

quinta-feira, abril 24, 2014

Entrevistaço: o Brasil é a 3ª divisão do marketing esportivo!


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O especialista em marketing esportivo, Amir Somoggi, falou ao Terceiro Tempo sobre o desenvolvimento da matéria no Brasil. E que ainda o futebol brasileiro está engatinhando em comparação aos europeus e os americanos. Somoggi é um estudioso da Football Industry da Europa e sua aplicabilidade ao mercado brasileiro de futebol, propõe mudanças de filosofia e diz como os grandes clubes do mundo se comportam neste quesito.

Terceiro Tempo: Qual é o estágio do marketing esportivo no futebol brasileiro?

Amir Somoggi: Se você olhar para o volume de dinheiro é um momento de crescimento, mas se olharmos com mais atenção, percebemos claramente que é um crescimento limitado no ponto de vista da qualificação, apenas no volume de dinheiro. Vamos pegar o exemplo da Caixa Econômica Federal, ela investiu R$ 100 milhões neste mercado. Nem por isso houve inovação no mercado em relação ao marketing esportivo. Cresceu nos termos quantitativos em não em qualitativos.
Terceiro Tempo: O que está atrasando o mercado qualitativo do futebol nacional?


Amir Somoggi: Um pouco pela visão limitada dos dirigentes brasileiros desta importante ferramenta. Eu gosto de usar o caso de Neymar da venda do seu passe do Santos para o Barcelona. Todos ficaram surpreendidos com a repercussão da ida do jogador para a Catalunha. O Barcelona tem mais de 60 profissionais no departamento de marketing, enquanto o Santos têm apenas quatro; O Barcelona tem 30 patrocinadores, o Peixe male-male tem dois ou três. Essa é a questão: o Santos teria a possibilidade de ter 30 profissionais no seu departamento de marketing com três ou quatro profissionais? Isso é impossível.

Terceiro Tempo: E por que dão pouca importância no departamento de marketing?




Amir Somoggi: Porque criaram a tese errada que todo dinheiro que entra no clube tem que ir para contratação de jogadores e ganhar títulos. Novamente é o caso do Santos, que é incapaz de investir de marketing e contratou o Montillo por R$ 20 milhões. Ou do Corinthians, que não investiu um centavo no marketing e trouxe o Pato por R$ 40 milhões. Não estou falando que não é importante contratar jogadores. Mas os americanos e os europeus conseguiram provar que deve existir o equilíbrio no investimento da marca e dinheiro para financiar sua atividade esportiva.

Terceiro Tempo: Se compararmos o futebol brasileiro com a NBA (Liga de basquete dos Estados Unidos) e os times de futebol na Europa?


Amir Somoggi: Somos a terceira divisão do marketing esportivo. Como que um profissional brasileiro do marketing esportivo de um clube trabalharia na NBA, se os times americanos não têm patrocínios de camisa? Sendo que os clubes brasileiros praticamente só vendem espaço na camisa. Na NBA ou NFL (Liga Americana de futebol americano), eles fazem outro tipo de marketing esportivo, como projetos relacionamentos, ações comerciais nos jogos, promoções e uma gama enorme de atividades para atrair os patrocinadores.
Terceiro Tempo: A Seleção Brasileira também está incluída neste fracasso do marketing no futebol nacional?

Amir Somoggi: também. Como uma diferença, ela já tem o status de faturamento elevado em função de vários aspectos. A força que a marca que a Seleção Brasileira tem, a internacionalização, os craques de força global, o mundo conhece o futebol brasileiro pela seleção brasileira e não pelos nossos clubes. Faço uma comparação: o Real Madrid e o Barcelona são muito mais importantes para o mundo que a seleção espanhola, isso do ponto de vista comercial. Essa é a grande mudança, os times terão que se fortalecer como marca.
Terceiro Tempo: E por que os clubes brasileiros aceitam essa imposição internacional da CBF?


Amir Somoggi: Na verdade é uma questão de calendário e interesses comerciais. O que ninguém pode provar é que para a CBF isso é bom. Porque para ela, se os clubes começarem a disputar amistosos internacionais, ela terá que dividir este bolo. Atualmente, sem dúvida a CBF é a entidade esportiva mais rica do país.


Terceiro Tempo: E se a CBF aplicar as mesmas monções do “Fair Play” financeiro no Brasil?



Amir Somoggi: Isso tem que chegar no Brasil. O grande objetivo da Uefa com o fair play financeiro era limitar o prejuízo a € 45 milhões, que os clubes magnatas fazem, como o PSG e o Manchester City. O grande problema do Brasil é que os clubes não recolhem os impostos e as contribuições sociais e continuam gastando em altos salários. E tudo isso tem que passar pela CBF, porque no final de tudo isso é a punição esportiva.


Terceiro Tempo: Você acha que a Uefa fecha os olhos para alguns clubes europeus?



Amir Somoggi: A Uefa está preocupada, com certeza ela gostaria de ver um futebol diferente do que é hoje. Esses magnatas ao mesmo tempo que fortaleceram o futebol dentro de campo, arrebentaram as finanças dos clubes. Mas ela (Uefa) foi muito condescendente ao permitir prejuízos em até € 45 milhões, que já é uma exorbitância

Terceiro Tempo: Quem aqui no Brasil desenvolve o melhor marketing esportivo no futebol?



Amir Somoggi: Do ponto de vista de clube, todos são muito parecidos. É o caso do Corinthians, que tem contratos maiores, mas por causa dos jogos transmitidos pela TV. Os clubes do Sul, Grêmio, Inter e Atlético Paranaense que tem uma estrutura melhor, mas não tem espaço de mídia. O Santos com o Neymar, teve bastante projeção nacional, mas com a sua saída não conseguiu ter novos patrocinadores e nas empresas, gosto de citar o Itaú e a Redbull que fazem um ótimo trabalho.

Terceiro Tempo: E na Europa?



Amir Somoggi: Todos os times de ponta têm um excelente trabalho. O Bayern de Munique, o Real Madrid, o Barcelona, Manchester United e as empresas como a Heineken. Lá (Europa) tem uma profusão de exemplos muito maior aqui.


Terceiro Tempo: Se compararmos em números, o Corinthians e o Barcelona?


Amir Somoggi: É uma diferença absurda. O Corinthians fatura R$ 60 milhões, enquanto o Barcelona R$ 400 milhões. E o time espanhol nem é o que mais fatura com o marketing esportivo e sim o Bayern de Munique. O Barcelona tem entre 25 e 30 patrocinadores, sendo que apenas um na camisa, enquanto o Corinthians somente três.

Terceiro Tempo: E o marketing das novas arenas brasileiras construídas para Copa do Mundo?



Amir Somoggi: As novas Arenas trouxeram um novo ambiente e precisávamos disso para construir uma nova perspectiva. Mas o conteúdo que vendemos ainda está muito baixo. E o torcedor ainda está muito ligado ao resultado dentro de campo. As novas arenas terão que construir essas novas realidades para atrair torcedores e as famílias que podem gastar nas arenas muito aquém do jogo em si. Além de tudo isso, as novas arenas estão na mão das empreiteiras, com exceção do Atlético Paranaense, o lucro terá que ser discutido. O preço do ingresso é uma grande discussão, pois os torcedores não estão lotando os novos estádios, só em jogos importantes como sempre foi.

quarta-feira, abril 23, 2014

Luciano do Valle quase fez Sócrates jogar na Ponte Preta!

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Clique nos nomes em itálicos e conheça a história dos jogadores
Responda: qual torcedor não gostaria de levar um super craque para o seu time? E Luciano do Valle quase conseguiu levar Sócrates, o Doutor da Seleção Brasileira e do Corinthians, à época na Fiorentina para a Ponte Preta em 1985.

Com apenas 38 anos, fazendo um enorme sucesso na TV Bandeirantes com o Show do Esporte, Luciano fez uma engenharia financeira, com a sua empresa Luqui, para trazer o craque brasileiro do futebol italiano para jogar na modesta Macaca campineira, time do seu coração.

Com um leque de patrocinadores, junto ao presidente do alvinegro campineiro, Carlos Vachiano, o próprio jogador e o consórcio Luqui-Bandeirantes, todos sócios na transação, clube Viola receberia US$ 1 milhão. O Doutor fez a via aérea Florença-Milão-São Paulo, antes de rumar a Campinas deu uma entrevista nos estúdios da TV Bandeirantes na capital paulista.

O atleta vestiu o manto da “Nega Véia” e desfilou pelo estádio Moisés Lucarelli recebendo os festejos de todos os torcedores fanáticos ponte-pretanos. Mas o que era afago, caricia e sonho terminou como ilusão.

O negócio fechado em solo italiano não estava incluso os impostos e o meio-campista exigiu que as taxas governamentais fossem pagas pelos patrocinadores e pelo consórcio Luqui-Bandeirantes e o trato foi desfeito.

Algum depois, o camisa oito do Timão e do Selecionado Verde e Amarelo desembarcou no Rio de Janeiro para jogar no Flamengo, destruindo de vez qualquer chance do sonho de Luciano do Valle ter um final feliz.

terça-feira, abril 22, 2014

"Haddad é tão ruim quanto o Kassab", diz jornalista Fábio Piperno



 A cidade de São Paulo não mudou nada desde a sua mudança de comando, entre o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) para o atual alcaíde Fernando Haddad, é o que pensa o jornalista, comentarista dos Canais BandSports, BandNews e Rádio Bradesco Esportes, Fábio Piperno.

Formado em jornalismo e abandonou o curso sociologia e política pela metade, Piperno expõe sua visão sobre a capital paulista e  a sua conservadora população. Não mede palavras para criticar a elite paulistana e diz que a isenção e a imparcialidade são utopias na imprensa. 

Confira abaixo a entrevista. 

Tijolos sobre Tijolos-  A cidade de São Paulo administrada por Fernando Haddad é melhor que a de Gilberto Kassab, José Serra e Marta Suplicy?


Fábio Piperno - Não. O prefeito não conseguiu aprovar os projetos que deseja e, com isso, as carências ficaram ainda mais evidentes. Além disso, tem um secretariado muito ruim. Haddad está muito abaixo do que foram Serra e Marta. E, por enquanto, é tão ruim quanto Kassab.


Tijolos sobre Tijolos-- Como você vê a classe média paulistana reclamando da faixa adicional dos corredores de ônibus em detrimento dos usuários do transporte coletivo?


Fábio Piperno - A classe média paulistana é extremamente mesquinha. Adora governantes que só olharam para ela. Esse segmento gosta mais de inauguração de pet shop do que de posto de saúde. Acha bons os prefeitos que olham para Jardins, Itaim, Morumbi etc e não está nem aí para quem estabelece a periferia como prioridade. A partir das faixas, a faxineira que trabalha na minha casa ganhou 30 minutos no trajeto de ida. É mais tempo que ela terá para seu descanso, atividades na casa dela etc. Ficou pior para mim, mas fui beneficiado a vida toda por morar bem. Agora, é importante que se avalie se todas as faixas são, de fato, necessárias.


Tijolos sobre Tijolos- - O Estado São Paulo ainda é a "Locomotiva da nação"?



Fábio Piperno
- Ainda é o mais importante, mas está perdendo participação na riqueza nacional. Já produziu mais de 36% do PIB. Hoje tem uma fatia de 32%. Isso é bom para o país. Significa distribuição mais equilibrada da riqueza.

Tijolos sobre Tijolos- - No que o paulistano se diferencia dos outros brasileiros?


Fábio Piperno
- Na poderosa arrogância. Como virtude, não se deve esquecer que essa cidade, apesar dos problemas, ainda é a metrópole mais eficiente do país.



Tijolos sobre Tijolos-- Por que a "Marcha da família com Deus" ganhou mais força na mídia paulista do que no resto do Brasil?

Fábio Piperno - Nostalgia golpista. Essa Marcha cheirava mofo. Só que a mídia paulistana tem dificuldade para entender isso. Por conta dessa desconexão com a realidade do país, e das mudanças nas demandas do público, é que fica publicando esses blogueiros de extrema-direita, uma canhestra versão do tea-party americano. Vou acrescentar um dado, uma pesquisa da Folha de São Paulo feita pouco antes da votação da emenda das Diretas Já. Veja só qual era a capital mais refratária às Diretas:
Cidades São Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte; Porto Alegre Curitiba Salvador
Diretas 69,4% 67,6% 79,6% 95,2% 64,9% 89,3%
Indiretas  26,5%   25,0%  10,8%  2,4%  34,2%  10,7%


Tijolos sobre Tijolos-- A imprensa paulista cobre com imparcialidade e isenção a cidade?

Fábio Piperno - Imparcialidade e isenção são conceitos utópicos. O importante é oferecer pluralismo nos espaços de opinião. E isso não ocorre.

segunda-feira, abril 21, 2014

Pingo no Í: Conheça Coringa, Estopa, Negão e Sorriso, os novos reforços do Timão!

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Em matéria comovente de Felipe Pereira e fotos de Júnior Lago, o UOL Esporte registrou o cuidado dos trabalhadores com os cães abandonados na Arena Corinthians, o estádio que abrirá a Copa do Mundo de 2014.

Coringa, Negão, Estopa e Sorriso todos mestiços, os populares vira-latas, recebem os mimos dos funcionários de todas as seções do “Itaquerão” e seus olhares são a retribuição para qualquer cidadão de boa fé.

O futebol que ultimamente causa muita discórdia, desta vez causou a união, comoção e logo aonde? No time do povo, o Coringão!

Essa belezinha é a Coringa


O cãozinho acima é o Estopa
Negão está com o olhar desconfiado
Bom, precisa dizer que esse é o Sorriso!



domingo, abril 20, 2014

Pingo no Í: o Flamengo e seus torcedores se apequenaram?

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A desclassificação do Flamengo na Taça Libertadores da América não me surpreendeu. O time da Gávea se contentou nos últimos anos em beliscar títulos estaduais, nacionais a cada década e internacionais? Nem pensar!

Os torcedores apequenaram seus sentimentos rubro-negros, apaziguando seus corações ao faturar o “Cariocão” em cima do Vasco, vencer a Copa do Brasil sem os principais clubes e ter participações vexatórias nas competições continentais.

O que se transformou o Flamengo? Ou melhor, o que a maior torcida do mundo virou? O Fla pode mais, os rubro-negros precisam exigir mais. E não é praticando a violência e sim, democraticamente, na política da agremiação, pedindo a volta do investimento na base, que revelou tantos craques de bola e principalmente um planejamento de longo prazo.
Não é só na equipe da Gávea que isso é necessário, mas é lá, pela força financeira, da cobertura da mídia e por aglutinar em volta tantas pessoas competentes com o mesmo interesse. Não é impossível reverter essa situação. Ou é?

sábado, abril 19, 2014

Luciano do Valle causou ciúmes na minha mãe e me fez ir ao Morumbi para assistir ... vôlei!



Luciano do Valle, morreu neste 19 de abril de 2014,  aos 66 anos, mesmo dia do aniversário de Getúlio Vargas e da lembrança de morte de Denner. Ele era muito íntimo da minha família. Éramos tão próximos que por muitas vezes minha mãe tinha ciúmes da relação dele com o meu pai e comigo. Passavámos horas juntos, todos os domingos. As vezes nos encontrávamos as 09h00 e nos despedíamos às 22h00, 23h00 e até 0h00.

O esquisito de tudo  isso é que o Luciano nunca viu o meu pai e a minha mãe, mas a proximidade era tão grande que não faltaram oportunidades que impediram passeios devido ao futebol master, a corrida de fórmula indy ou até uma luta do Maguila.

Essa era vida da classe média nos anos 80, sem TV à Cabo e com o Luciano do Valle povoando nossos domingos com o Show do Esporte e o Verão Vivo, em que se jogava Handebol na praia em areia fofa.

O narrador que ilustrou os meus delírios esportivos Valle muito, pois ele me fez compartilhar momentos únicos ao lado do meu pai. Ele me fez ir ao estádio do Morumbi, ao lado do meu velho, para assistirmos vôlei. Isso mesmo, o esporte da bola branca em um campo de futebol para 80.000 torcedores e lotado, para ver Brasil 3 x 0 Estados Unidos.

Patriarca e primogênito caminharam juntos em um sete de janeiro de 1987 à Vila Belmiro, em Santos, para ver jogadores de futebol com mais de 40 anos, na Copa Pelé, Brasil 0 x 0 Uruguai.

E como Martin Luther King eu tinha um sonho, muito mais simplório que o do ativista americano. Eu queria jogar qualquer coisa no Verão Vivo.

O Verão Vivo, idealizado por Luciano do Valle, nas praias brasileiras, levava as pessoas as areias para praticar diversas modalidades esportivas, entre elas vôlei, basquete, futebol, handebol e outros.

E meu genitor novamente, levou-me ao Guarujá, para bater uma bolinha organizado pelo Bolacha.

Anos depois, encontrei-o em 1999, Romário se despedia do Flamengo no Canindé, enfrentando a Portuguesa e eu tinha pouco tempo na carreira jornalística. Chegava muito cedo nos estádios e de repente vi conversando  Rivellino, Falcão e Luciano do Valle.

Pedi para tirar uma foto entre eles, que aceitaram de bate pronto, fiquei tão feliz que fiz uma cagada monstro e perdi a foto, que à época ainda era revelada.

Muitos anos depois, em 2009, o encontrei na Vila Belmiro, final do Campeonato Paulista, entre Santos e Corinthians, ambos a trabalho. Ele estava comendo um sanduíche de pernil que é delicioso mesmo e tomando um refrigerante.

Não o incomodei, apenas o observei um mito do jornalismo comendo um pernil no pão francês e ninguém teve a miníma pachorra de dizer um oi, um olá ou sei lá o quê. Nem eu tive a coragem. Pois ali estava um homem triste, chateado, sem brilho nos olhos. Momentos depois ele fez uma belíssima narração do golaço anotado por Ronaldo Fenômeno.

Posteriormente, ele começou  a trocar alguns nomes dos jogadores, foi muito criticado pelos coleguinhas, mas Valleu cada minuto o seu entusiasmo por outros esportes, convenceu a geração dos anos 80 a prática de outras modalidades, ressuscitou o boxe no Brasil, valorizou o ex-jogador com o masters e morreu sem a vibração de antes, sem o reconhecimento devido e parecendo que deveria ter parado antes.



TV Terceiro Tempo - ED30SEGUNDOS - Os 11 melhores que vi jogar no São Paulo

sexta-feira, abril 18, 2014

Gabriel Garcia Márquez é maior que a sua obra e mostrou que a solidão nos permeará para todo e sempre!




Confesso que demorei muito para ler "Cem Anos de Solidão", mesmo aconselhado diversas vezes. Sempre desconfiei da obra, afinal todo mundo dizia que era um livro espetacular, “o melhor de suas vidas” e incomparável. Era muita exaltação para o escrito do colombiano.                                            

No último natal, a saga da família Buendía chegou as minhas mãos.  Dedilhei as primeiras páginas despretensiosamente, sem gerar uma balbúrdia nas minhas expectativas apesar dos avisos eloquentes.

Pois todos tinham razão! 

As palavras de Gabriel Garcia Márquez te pegam surrupiando a sua atenção, dominando os seus sentidos e aguçando a inteligência. Tudo sem um propósito, mas propositalmente e corta essa de realismo fantástico, pois nada é mais espetacular que a realidade.
Garcia Márquez não contou a história do mundo, de algum país, daquela cidade ou do seu vizinho e sim, a sua, de modo indireto, inquieto, perspicaz e voraz. A cidade de Macondo é a sua cabeça, o seu consciente e o seu inconsciente, refletidas no seu ambiente de vida. 

Queira ou não, você tem e terá a as atitudes dominantes como à da matriarca Úrsula, já sonhou como José Aureliano, manteve o foco, foi predestinado, sem saber para quê ou o porquê à lá Coronel Aureliano e quis farrear como Aureliano Segundo e até voar como a Memê.
Gabo mostrou que estamos sozinhos. 

Que a solidão sempre nos permeará mesmo rodeada dos sucessos, das angústias, dos egoísmos, das privações, das farturas, das tristezas, das felicidades, dos chatos e que é lúdica.
E que tudo tem começo, meio e fim. 

Por isto, “Cem Anos de Solidão” tornou Gabriel Garcia Márquez imortal. 

O homem que criou "Macondo" era maior que a sua obra, sempre soube que lado estava e não se escondeu.  Sempre à esquerda, sensível sem ser piegas, conselheiro, socialista, orgulhoso de ser latino-americano, humilde, político e discreto.

Não fez como Fernando Henrique Cardoso, que pediu para esquecer o que escreveu, não gostava de ser reverenciado como “Deus”, poderia ter morado em Genebra, Nova Iorque, Paris ou Barcelona, mas repousou na maioria dos seus dias na cidade do México.

Nada é maior que o homem, nem as suas palavras ou as suas obras. Porque elas são simplesmente quem as escreveu e tornou este colombiano, de Aracataca, que enlutou o mundo com a sua ausência física, mas viverá por milênios já que as linhas que traçou mostrarão sempre quem foi  ou “é” Gabo. 

Reportagem: ídolo brasileiro escolhe adversário do Atlético de Madrid na Europa


* foto: Leivinha, Aragonês e Luis Pereira


Quem é esse Atlético de Madrid que desclassificou o Barcelona, da Liga dos Campeões, principal competição européia, após seis semifinais consecutivas? Qual é o objetivo desta equipe que faz os fãs mais jovens reverenciar os ídolos das décadas passadas, lembrando de lances que nem os próprios recordam mais? Cujos torcedores são tão fanáticos, que ficam comemorando após as vitórias ou esbravejando nas derrotas o nome da equipe por 30 minutos?

Os “Colchoneros” como são conhecidos não chegavam a uma semifinal da “Champions League” há 40 anos, quando desclassificaram o Estrela Vermelha, da antiga Iugoslávia, nas quartas-de-finais e agora além da competição continental ainda lutam pelo título espanhol ponto-a-ponto com os grandes rivais Real Madrid e Barcelona. 

João Leiva Campos Filho, o Leivinha, revelado pela Linense e com grande sucesso na Portuguesa e no Palmeiras, jogou nos “Rojiblancos”, entre 1975-1979, em 83 jogos, marcou 40 gols; além de levantar os “canecos” da liga espanhola na temporada 1976-1977 e da Copa do Rei em 1975- 1976. 

Leivinha chegou simplesmente para substituir o grande ídolo da agremiação madrilense, Luis Aragonês, este mesmo, que posteriormente se tornou o treinador campeão intercontinental, sem conquistar o título continental (o Bayern de Munique declinou da disputa e a Uefa indicou o Atlético de Madrid, vice-campeão) ao vencer o Independiente por 2 a 0, em casa, no “Calderón”.

O ex-atacante atendeu por telefone a reportagem do Terceiro Tempo lembrando do bordão “Sou Atlético e nada mais”. Para Leivinha o grande mérito dos alvirrubros é o técnico argentino Diego Simeone: “Ele não era um jogador habilidoso e sempre optava pelo jogo violento, mas se tornou um comandante que coloca seus jogadores sempre em uma postura ofensiva”.

“O melhor para o Atlético era enfrentar o Chelsea, assim ele teria mais chances de chegar á final”, cravou o ex-ídolo dos Colchoneros.

Amanhã, sexta-feira (11.04.2014), a União das Federações Européias (Uefa) sorteará os confrontos seminais do torneio interclubes que mais mídia tem no mundo. O brasileiro torce que o destino escale os ingleses pelo caminho da “esquadra” do seu coração, teme pelo derby madrileno e não gostaria que a história se repetisse, tendo pela frente os temíveis alemães do Bayern de Munique.

quinta-feira, abril 17, 2014

Pingo no Í: O novo meio-campo do Timão. Agora é contigo, Mano!

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Finalmente Mano Menezes terá material humano para montar um meio-de-campo competente no Corinthians. Com a contratação de Elias, Mano terá a disposição ainda Ralf, Bruno Henrique, Guilherme, Renato Augusto, Jadson e Danilo.

Não há mais desculpas para o tempo de trabalho, entrosamento e a técnica dos atletas comparado aos outros times. Agora, o gaúcho terá a sua responsabilidade e competência (acredito que tenha), para montar uma equipe para disputa de uma vaga na Libertadores da América de 2015.

O treinador deve montar o setor de criação com Ralf, Elias, Renato Augusto e Jadson, realmente respeitável. Caso contrário, o técnico natural de Passo do Sobrado, vai entrar em uma rotatória que caiu Dorival Júnior e Vanderlei Luxemburgo.

Entrevistaço: Valdir Espinosa: "o futebol brasileiro passa por um mau momento"


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O gaúcho Valdir Espinosa tem história no futebol. Como jogador, foi um esforçado lateral direito do Grêmio e do Esportivo de Bagé. Os seus maiores méritos no mundo da bola foram no comando técnico dos principais clubes do Brasil. Pelo seu amado Tricolor Gaúcho levantou os canecos da Libertadores da América e do Mundial Interclubes em 1983, no Botafogo quebrou o jejum de 21 anos sem títulos.
Atualmente é um crítico do estágio que se encontra o futebol brasileiro e também dos colegas de profissão. Tem restrições a seleção brasileira e é fã do argentino "Loco Bielsa", além de uma história deliciosa com o holandês Johan Cruyff.

Clique aqui e veja a página Valdir Espinosa na seção "Que Fim Levou?"
Confira a entrevista:


Terceiro Tempo - Qual a diferença entre os técnicos brasileiros e estrangeiros?


Valdir Espinosa – Os estrangeiros nos copiaram do passado e os brasileiros reproduziram o trabalho deles no presente. Saímos perdendo nessa.



Terceiro tempo- Por que você não tem mais espaço nos clubes brasileiros?



Valdir Espinosa
– Eu tento ter está resposta todos dias. Não tenho empresário, muito menos assessor de imprensa. As pessoas fazem julgamento sem conhecer. Mantenho-me atualizado, lanço os meus vídeos (vias redes sociais) e mostro a minha atualização tática. Acompanho os campeonatos inglês, espanhol, alemão, italiano, os estaduais, o brasileiro, as competições da base e até a liga americana pela internet.


Terceiro Tempo: Como você analisa o nível dos técnicos brasileiros?


Valdir Espinosa: O futebol brasileiro passa por um mau momento. Os profissionais querem utilizar três atacantes, mas no setor de criação usam três volantes? Na minha concepção, o futebol taticamente é refletido em linhas: a linha de defesa, a linha de criação (meio-de-campo) e a linha de coragem ( ataque). Não adianta os brasileiros quererem jogar igual ao Real Madrid, porque o Ancelotti, tem o Cristiano Ronaldo, o Benzema e o Di Maria. Enquanto, os jogadores no Brasil têm um nível técnico mais baixo. Estamos pedindo para os marcadores criarem as jogadas ofensivas e isso não é tangível.

Terceiro Tempo: Os treinadores estão praticando um futebol de resultados para garantir os empregos e “esquecendo“ a “Escola Brasileira”?



Valdir Espinosa:
É isso mesmo. Estamos copiando alguma coisa de fora e errado. Falamos de jogar com muitos atacantes e utilizamos volantes para criar? É um futebol de medo. Volantes que criam são do Bayern de Munique, veja o Schweinsteiger e o Kroos. Estes sim, criam e chegam para concluir é só ver o gol dos alemães contra o Manchester United.


Terceiro Tempo: A Seleção Brasileira defende a sua escola?



Valdir Espinosa: Melhorou um pouco. O time tem dois laterais fantásticos. Não concordo com o Hulk no ataque e ainda dependemos extremamente do Neymar.


Terceiro Tempo: a imprensa brasileira valoriza demais os técnicos estrangeiros?



Valdir Espinosa: Eles estão merecendo os elogios. Essas jogadas, como o gol do Bayern de Munique diante do Manchester United, são ensaiadas e treinadas inúmeras vezes até chegar a perfeição (gol). Aqui no Brasil, se baseiam apenas nas individualidades. Pedem para o jogador pegar a bola no meio-de-campo e driblar todo mundo.

Terceiro Tempo: Quais são os técnicos que você gosta?


Valdir Espinosa: Gosto do Mourinho, Guardiola e do “Loco” Bielsa. Em 1992, estava treinando a seleção paraguaia e íamos disputar um amistoso com o Atlas do México. Estava hospedado no hotel Yacht Golf Clube de Guadalajara, quando o garçom me disse: “Tem um senhor querendo falar com você?”. Quando vejo entra pelo restaurante o Bielsa, que era o técnico do Atlas e ele sentou na minha mesa e falou: “Vamos falar de futebol”. Eu respondi: “Tudo bem”. Ele começou a desenhar situações de jogo e dizia: “o que você faria em uma situação como essa?”. E eu, com outros desenhos respondia. Assim, ficamos assim por horas. Gosto do estilo do Marcelo (Bielsa), seus times são ofensivos e inteligentes. Naquele dia eu vi como ele era louco mesmo (risos).

Terceiro Tempo: Você tem também uma passagem interessante com o Cruyff?




Valdir Espinosa:
Sim. Em Marrocos, o Grêmio enfrentou o Ajax e ganhou. O Renato Gaúcho foi o melhor em campo. Após a partida nos encontramos no hotel e fui bater um papo com ele. Perguntei ao Cruyff, que à época era técnico do Ajax, o que ele achou do jogo? Ele gostou. Em seguida, perguntei o que ele achava do Renato Gaúcho? O holandês disse que era um atacante fabuloso, que driblava demais. Continuei a indagação, e quis saber se ele gostaria de ter o Renato no Ajax? Para minha surpresa, ele disse que não. Pois para ele, o Renato destruiu o time dele, mas o meu também, porque não tocava a bola. Foi ótimo, porque continuei com o Gaúcho e ganhamos muitos títulos.

Terceiro Tempo: Como pode ser mudado o atual estágio do futebol brasileiro?



Valdir Espinosa:
É importante promover o debate e alguns jornalistas já começaram a exigir um jogo melhor. É no debate e na discussão que começam surgir as mudanças.

Terceiro Tempo: quem são esses jornalistas que começaram a exigir a mudança no futebol brasileiro?



Valdir Espinosa:
O PVC (Paulo Vinícius Coelho), o Paulo Calçade. Uma vez encontrei o PVC em Belém, do Pará, e conversamos por horas sobre futebol sem aquela empáfia do “Eu sei”. Cada um colocava o seu ponto de vista. É preciso conversar mais sobre o futebol. Programas como o “Supertécnico” ( apresentado por Milton Neves entre 1999 e 2001) eram fantásticos, pois além do cachê (risos), você trocava idéias e realmente acrescentava algo. A “Última Palavra”, do Renato Mauricio Prado, na Fox Sports, é ótimo. Falar é importante, porque apenas pela consciência que as coisas podem mudar.