sábado, abril 05, 2014

José Wilker, o ex-contínuo que nunca mostrou o fiofó!


Em 05 de abril de 2014, morreu José Wilker. Não foi no quinto dia útil, quando recebemos os minguados de cada mês.  Mas foi em um sábado, em que todos tinham que parar para lamentar a sua morte e lembrar de seus personagens, que o transformarão em eterno.

Era  natural de Juazeiro do Norte, cidade que fica ao lado de Crato, onde nasceram, o meu amigo Marcianno Ferreira e o Padre Cícero, ambas no Ceará. Marcianno e Wilker, são leoninos e o "Padim", ariano, o que significa isso? Nada.

Mas o cearense não era de arregar. Encarou a vida no Sudeste. Veio para o Rio de Janeiro aos 19 anos.

Interpretou brilhantemente Tenório Cavalcanti, o homem da Capa Preta, fez de "Lurdinha", uma metralhadora, tão íntima de qualquer espectador  como o bicho de estimação. Em o "Bom Burguês", deu vida ao bancário Lucas,  que se inspirou em Jorge Medeiros, que desviava o dinheiro do Banco do Brasil para a guerrilha, à época da Ditadura.

Mas o meu preferido é o Edgar, da película "Bonitinha, mas Ordinária", inspirada na obra de Nélson Rodrigues.  Edgar começou na empresa como contínuo e era apaixonado pela vizinha Ritinha, que nada mais e nada menos incorporada por Vera Fischer. Mas ambicioso, recebeu uma proposta para casar com a filha do dono da empresa, Maria Cecília, que ganhou notoriedade com Lucélia Santos.

 A trama que rola em torno da escolha de Edgar por Ritinha ou Maria Cecilia é recheada de obsessões.

Entre elas, é que ele por 17 vezes repete a frase "O mineiro só é solidário no câncer" e ainda tinha que escolher entre a namorada que é uma ex-prostituta ou a filha do chefe, que foi currada por cinco negros.

Há uma cena sensacional, em que desperta os meus instintos mais primitivos. Nela o funcionário fica frente a frente com um aspone e o patrão, que ainda há muitos na elite brasileira, daqueles egoístas, extremamente rico, tedioso e mau caráter no último.  Nestes três minutos, no vídeo abaixo, mostra o personagem de Wilker sendo humilhado pelo chefão, mas em determinado instante, a coragem surge, aquela que todo trabalhador brasileiro deveria ter quando lida com este tipo de gente e manda tudo a "Puta que o Pariu".

Cabra macho, eu o imaginava assim na vida o real.

Observação: Sim, ele mostrou o fiofó, em Dona Flor e seus dois Maridos, mas você sabe muito bem de que bunda eu estava falando.


  

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