sábado, abril 05, 2014

A covardia política do jogador de futebol!

Doutor Sócrates e Casagrande, craques e acima de tudo cidadãos brasileiros. Nunca se eximiram de imputar suas opiniões em processos democráticos A triste alienação dos esportistas neste ano eleitoral é inaceitável. Não estou falando de jogadores aposentados que aproveitaram a fama para se elegerem para o legislativo sem proposta ou utilizando da beligerante boa vontade.

Refiro-me principalmente aos jogadores profissionais de futebol.   Estes que ganham "tubos?, "tufos? e "tsunamis? de dinheiro mensalmente e nenhum  pronunciamento, cobrança, atitude ou qualquer coisa a respeito dos destinos que o país deva ser governado.

O único que se manifestou precariamente foi o Ronaldo Fenômeno. Modestamente, timidamente, marcando encontro com os candidatos à presidência da República no seu humilde apartamento, cujo valor deva ser comparado a um conjunto habitacional no norte do país.

Lamentável!
E o incauto não venha dizer que essa não é a função do esportista profissional.


É sim. Se o atleta é capaz de comercializar a sua imagem para vender um produto, ludibriar, convencer seus admiradores e fãs, este não poderá se esconder na sua caverna de ignorância e embebido no seu egoísmo fugir das suas obrigações no mínimo cívicas de cidadão .

Saudosamente destaco a democracia corintiana, liderada por Sócrates, Casagrande e Wladimir, que no início da década de 80 teve a coragem de pressionar o fim do regime militar no Brasil, com divulgação do grande "palavrão? da época : DEMOCRACIA

Popularizou e familiarizou o termo e o colocou em prática, influenciando a sociedade e os seus a exigir e a pressionar pela abertura política no país.
Os jovens se rebelaram e não se alienaram vergonhosamente com os rumos políticos do país como é concebido entre eles hoje.

Sócrates, o intelectual da bola, fez a sua parte como cidadão. Não se eximiu de suas responsabilidades.

Outros jogadores também fizeram em outros tempos, mas podemos contar nos dedos.

Reproduzo abaixo texto e fotos de uma matéria que escrevi durante a semana para o Portal Terceiro Tempo.


Por Ednilson Valia
No dia 03 de outubro de 1960, as eleições presidenciais no Brasil foram decidas em turno único. Naquela época surgiu um fenômeno eleitoral, conhecido por Jânio da Silva Quadros.
Jânio foi o único Sul-mato-grossense presidente da República da história, se elegeu com 5.636,623 votos pela coligação partidária  PTN-PDC-UDN-PR-PL, derrotando Marechal Henrique Teixeira Lott, candidato pela coligação PTB ?PSD e o ex-governador de São Paulo, o  piracicabano Ademar Pereira de Barros, pelo PSD.
Em 1960, o sistema eleitoral brasileiro permitiu a eleição para a escolha do vice-presidente da República.
O candidato de Jânio a vice-presidente era Milton Campos, que concorreu pela sigla da UDN, o PR, lançou postulante apenas ao segundo cargo mais importante da nação, Fernando Ferrari e o PTB, foi o vitorioso, com a reeleição de João Goulart. Jango, como era conhecido, havia sido o vice da gestão anterior, do mineiro Juscelino Kubitschek.
A eleição da dupla Jan-Jan (Jânio- Jango) como ficou conhecida foi considerada histórica. E recebeu apoio de diversos segmentos da sociedade. O mais notabilizado foi de um garoto de apenas 19 anos, conhecido por Edson Arantes do Nascimento, o Pelé.  Veja acima o anúncio utilizado pela campanha janista.
Outro ponto que notabilizou a campanha de 1960 foi o jingle, cujo os versos iniciais eram:
"Varre, varre, varre, varre vassourinha / varre, varre a bandalheira / que o povo já está cansado / de sofrer dessa maneira / Jânio Quadros é a esperança desse povo abandonado!".
Consulta sobre eleições de 1960 : Marco Antonio Villa, historiador, Mestre em Sociologia e Doutor em história social pela Universidade de São Paulo.Fotos:Wikipédia
Em evento realizado no Palácio do Planalto, em 1961, o Presidente Jânio Quadros recebeu alguns jogadores da Seleção Brasileira. Na imagem abaixo da esquerda para a direita, o equivalente ao presidente do Sindicato dos jogadores profissionais de futebol de hoje, Gersio Passadore, Belini, Djalma Santos e Gylmar dos Santos Neves (o Goleiro Maior), João Havelange e João Mendonça Falcão, presidente da Federação Paulista de Futebol..
Foto: Arquivo Público do Estado  de São Paulo - Memória Pública


Abaixo, na foto, o presidente Emílio Garrastazu Médici, recebeu os campeões do mundo de 1970. "Em 1970, os nossos craques politicamente eram verdadeiros pernas de pau ", máxima de Milton Neves
Na imagem da esquerda para a direita, o segundo em pé, é o goleiro Emerson Leão, Zagallo, Zé Maria,  Fontana, Pelé com um olhar precavido, sendo apontado pelo ditador Emílio Garrastazu Médici, ao lado do então presidente da República, Brigadeiro Jerônimo Bastos, chefe da delegação Brasileira na Copa de 1970, a sua frente Clodoaldo, Gérson, Carlos Alberto Torres,  Edu e Rivelino.

Marinho Chagas troca sorrisos com o presidente da República Ernesto Beckmann Geisel antes do Mundial de 1974, disputado na Alemanha.


Após o bicampeonato mundial de futebol, o presidente da República empossado após a renúnica de Jânio da Silva Quadros, João Goulart, o popular Jango, recebeu o Rei Pelé em seu gabinete presidencial.  Veja ao lado do mandatário da nação, o repórter era Salomão  Pavlovsky, aparecendo apenas a "careca"  é o repórter da TV Tupi, Tico-Tico e o penúltimo do lado esquerdo com o microfone é Otávio Muniz.


Ernesto Geisel, presidente da República abraça Roberto Rivelino, ao lado de Riva,  Arnaldo Prieto, enTão ministro do trabalho, e do lado direito, Nei Braga, Ministro da Educação à época.

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