Siga o jornalista no Twitter @eddycalabres
Fotos: arquivo pessoal Raul Lazo
* foto Raul Lazo e o filho Gabriel
Publicada em 07/08/2012
O cubano Raul Lazo Dias passou 18 dias à deriva no mar caribenho em nenhum momento imaginou que sua vida iria culminar em Santos e no clube de futebol homônimo a principal cidade do litoral sul do Estado de São Paulo.
Diferente de outros asilados políticos, Raul não condena sua terra natal, muito menos amaldiçoa Fidel Castro, diz que o país do Caribe é vítima do cruel embargo econômico americano e sempre que pode volta à Ilha levando o seu rebento, este, hoje, zagueiro do futebol de campo da categoria sub-12 do Santos Futebol .
Em 09 de setembro de 1994, Raul e seis amigos queriam novas oportunidades nos Estados Unidos e pretendiam fazer os 150 quilômetros da travessia Cuba-Miami em um pequeno barco a motor.
Mas o "motorzinho? não agüentou e os seis cubanos ficaram no mar caribenho por 18 dias, após muita fome e racionamento de água potável surgiu um navio petroleiro liberiano, com bandeira filipina, que conseguiu resgatá-los e trazê-los ao Brasil.
Refugiado no Brasil, Raul pediu asilo político e por nove meses não pode trabalhar até ser liberado pelo governo brasileiro e aí virou um asilado político.
Arquiteto de formação, não pode exercer a sua profissão no Brasil por problemas burocráticos, aprendeu o ofício de cabeleireiro, conheceu a brasileira Rosangela, constituiu família, quando nasceu Gabriel.
O pequeno cubano-brasileiro cresceu e enveredou para o futebol, esporte que o pai simplesmente não tinha interesse, Raul gosta de Beisebol, esporte líder na ilha de Fidel.
O cubano pai, devido ao filho, agora ama o futebol e tem com a sua "estrela? uma relação de "Mãe de Miss?.
Gabriel é zagueiro no time sub-12 do Peixe e lá, é conhecido por Cubano, apelido que o pequeno beque ostenta com orgulho.
A estrutura das divisões de base da equipe santista é admirável. Os garotos recebem reforço escolar, aulas de inglês, apoio psicológico para os atletas e as famílias.
Agora há laços, uma aliança, entre Brasil-Cuba, longe da diplomacia burocrática, distante das ostentações governamentais, mas no âmago do amor de um cidadão grato ao país que abriu os braços para recebe-lô, mas que nunca imaginou que seu filho, prova maior da sua existência e sua descendência, iria atuar numa coincidência da vida no time de Pelé, seu ídolo de infância em Havana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário