domingo, março 30, 2014

Pingo no Í: muito maior que Real x Barça era Bordo x Azul!

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Nestes dias de ânimos acirrados entre torcedores do Real Madrid e Barcelona, pelo clássico no próximo domingo,  busco em minha memória oos tempos de moleque , quando nada era maior que o jogo do sábado entre Bordo x Azul.

Sou um saudosista.
Confesso. Outro dia ao assistir um trecho no canal Viva da série "Queridos Amigos", também escreverei sobre uma época onde os meus "Queridos Amigos", que dentro das quadras eram "grandes  inimigos".

Há 25 anos, o pessoal do bairro se reuniu e decidiu bater uma bolinha uma vez por semana, em uma quadra, onde o piso era de areia, na Vila Carrão (zona leste de São Paulo) .

O futebol pegou no "breu" e a rivalidade foi aumentando jogo-a-jogo, tanto que as partidas começavam às 9h00, mas às 6h00 todos começavam o "aquecimento", fazendo do portão vizinho a meta.
Após dois meses de pura "magia" futebolística, estávamos "ensandecidos" e todos, sem exceção, concordaram em criar dois times "fixos".
Era o fim do tradicional do par ou ímpar para escolher os "craques" de cada lado.

Também compramos os uniformes.
Opa, nós não!

Na verdade o Zé comprou (E quem não tem um amigo chamado Zé?).

O Zé era louco por futebol.
 Ele acordava às 5h00, todo sábado, depois de trabalhar o dia todo e estudar a noite, durante a semana, chamava atleta por atleta na sua residência, sem "cerimônia", sem a "frescura" de respeitar o sono "alheio" (Pai, mãe, vó, irmã, irmão e outros).
Ele apertava a campainha, urrava os nomes dos "convocados" e todos aceitavam o chamado e se apresentavam no horário certo com as vestimentas do confronto marcado na hora adiante.

Com todos os presentes na "cancha" e os capitães escolhidos (Zé, naturalmente era um deles, afinal era o dono dos uniformes e da bola e o outro era este humilde escriba (à época um esforçado e esguio atacante).
Zé escolheu o uniforme azul e os jogadores "boleiros" para o seu time fixo (Cezinha Rato, Billy, Emerson Jiraya, Bocão,Anderson,Wilber e Chacrinha).
Eu optei pelo  uniforme grená e os jogadores mais jovens e alguns pseudos "craques" (Cebola, Buiu, Banquitela, Marcos Mexerica, Renato Grafite, Tony Míssil, Chico Treva e Pichu).

Os confrontos    - Grená x Azul - foram memoráveis.
Apesar de toda a experiência do time "velhaco", eles sofriam derrotas consecutivas.
O capitão dos "Blus" inaugurou um novo "estilo" de atacante  o "Poste? ( Zé não se movimentava nem para a esquerda e muito menos para a direita, apenas queria receber a bola e chutar a mesma para onde o nariz apontasse) .
O Grená pelo contrário - os "moleques" faziam à diferença. O "Buiu" - corria pelo time; Cebola - armava e atacava com uma habilidade incomum; Renato Grafite- marcava com voracidade; Pichu - perfeito na bola parada; Banquitela- habilidoso e driblador; Chico Treva - fechava o gol; Tony Tonelada - apesar dos seus "450" quilos fazia da bola um míssil contra a meta adversária; Marcos Mexerica tinha jogadas de craque, mas na maioria das vezes fazia a "jogada anzol" (dominava a bola no joelho, que escorria pela canela e se perdia no "espaço sideral", ninguém é perfeito!; e eu - apenas orientava o quase imbatível time.

Naquele pequeno e particular "Milan x Inter, River Plate x Boca Juniors, Corinthians x Palmeiras, Flamengo x Fluminense e Brasil x Argentina?, todos os "atletas" atingiram a chata maturidade, cada um navegou no seu rumo.
Uns casaram e outros compraram uma bicicleta.
Dificilmente há uma ocasião em que todos se reúnem. Aliás, nunca aconteceu. Mas sempre que alguns dos membros daquelas agremiações se encontram e há a presença de um ex-jogador do time azuol, surge e sempre será concebido um sorriso sarcástico no cantinho da boca dos "grenás".

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