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E no futebol você é realmente um torcedor pleno e convicto poucas vezes na vida.
A situação perfeita acontece na mais absoluta miserável condição.
A paixão pelo seu clube é consentida em um amor deflorado, quando meu caro, em alguma época da vida, acredita-se que não há vicissitudes, esperanças e por fim o derradeiro sentimento que não haja o amanhã.
A paixão é extravagante.
Pois quando tu estas apaixonado não está propondo um namoro, noivado, casamento, sequer a fidelidade.
Quer somente, vide "Eva", o fruto proibido, a lealdade há aquilo que o comove.
Portanto, você transforma-se em um torcedor de âmago, quando tens em seu time a única forma de dignidade, vitória e esperança na vida.
Então, cidadão, você, por poucas vezes és um grande torcedor na sua existência.
Em outras ocasiões, torcerás por outros motivos: orgulho, razão, intolerância ao próximo, radicalismo e outros .
Há poucos meses, assisti uma reportagem cuja criança de apenas 12 anos atingia a um peso imoral de quase três dígitos.
O garoto não falava, emergia alguns sons, havia um desânimo de defunto, se algum inseto, de apenas algumas gramas, dependesse do ânimo do menino recheado de dobrinhas para voar, ficaria inapto para o voo todo o resto de seus dias.
Mas ali mesmo, no moleque claudicante nos seus deveres de criança, ser vivo, jovem, angustiado na demasia dos problemas da saúde e nas formas compassais de seu corpo, surge em suas pupilas um sobressalto de querer viver, um momento que possa sair da derrota que lhe é interminável.
Pois o assunto é futebol.
Ele se transformara do adolescente problemático, em um "rapaizinho" como todos deveriam ser, pois a repórter o levou para assistir um jogo do seu time de coração.
E dentro do estádio, não foi um "Gordo?, naquele exato momento, entretantos e outros, acreditando que sua fé, torcida e paixão fariam a diferença.
Meus caros, ali, naquele hora e meia, este menino era o verdadeiro torcedor.
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