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Seo Fernando tem mais de 70 anos, um sorriso fácil, simpático, um homem norteado por princípios.
Casado com a dona Dulce, tem quatros filhos: Ricardo, Robson, Anderson e Fernandinho.
Deu duas opções aos seus rebentos: ser corintiano ou corintiano.
O conheço há mais de 30 anos.
Nunca o vi destratar ninguém.
Trabalhador, artesão e taxista.
E uma paixão avassaladora tomou de toda a sua vida:
O Sport Club Corinthians!
Viu muita coisa da equipe do Parque São Jorge.
Seu olhos brilharam quando o Timão quebrou o tabu contra o Santos, em 1968.
Chorou copiosamente a quebra do jejum perante a Ponte Preta, em 1977, após 23 anos de fila.
Comemorou feito doido, o primeiro campeonato brasileiro do alvi-negro, comandado por Neto, em 1990.
Sofreu, entristeceu e foi alvo de chacotas, porque seu amado time não tinha "casa própria" e um título da Libertadores da América.
O gosto de fel tomou conta da sua boca no rebaixamento em 2008.
Seus amigos são-paulinos eram os mais pegajosos no escárnio.
Isso o irritava.
Fernando Pires, lamentava e também não perdoava em dias de vitórias, mas nunca deixou de acreditar. Desde sempre, a esperança por dias melhores guia sua vida, sua família, seus amigos, transcede aos vizinhos e mora em seu coração, fé e o seu "Curintía".
Em menos de três anos, aquilo que o pertubava no futebol, que não é apenas um esporte para o corintiano, se desfez, como se fosse um toque de uma varinha de condão.
Veio a Libertadores da América, pelas mãos de Tite e Emerson Sheik, em 2012 e agora solidificou-se os tijolos sobre tijolos da casa própria e o Itaquerão está pronto.
Ele viu o título do quarto centenário, em fevereiro de 1955, vibrou com os gols de Paulo Borges e Flávio, em 1968, a sua alegria contagiou a todos ao seu redor em 13 de outubro de 1977, vieram o primeiro nacional, a Libertadores, os dois mundiais e agora finalmente chegou o Estádio do Corinthians.
O brincalhão Seo Fernando, só não viu o campo do arquirrival, o Morumbi, na Copa do Mundo de 2014. De resto, faltará ver a Seleção Brasileira desfilar pelos gramados da zona leste paulistana, a mesma que comporta em sua maioria "desdentados" e aqueles que "mal sabem se comunicar", inclusive com a presenção daquele que proferiu as duas condições sine qua non para não ser são-paulino na tribuna de honra, não é presidente Carlos Miguel Aidar?
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