domingo, agosto 10, 2014

Personagem: O pior tipo de solidão é a companhia de um paulista. Publicado em 06.06.2014

Publicado em 06.06.2014
O brasileiro é obcecado pelo fracasso.  O povo, devido a sua imprensa, cochicha elogios e alarida os infortúnios, como se fosse bom sofrer, entristecer-se e fazer-se o mal. E com a Seleção canarinho ainda é pior e com o jogo em São Paulo, permeiam vaias constantes, mau humor protuberante e o apoio?
Ah, esse sentimento? O paulistano não conhece. Ou nunca conheceu. Já dizia Nelson Rodrigues que o pior tipo de solidão é a companhia de um paulista.
Há exatos sete dias de uma Copa do Mundo, com todos os olhos do planeta “zicando” a principal favorita ao título( sim, pasmem meus caros,  o único pentacampeão do mundo é o maior candidato ao caneco), os torcedores vaiaram seu selecionado. E isso não é de agora, sempre foi assim.
Talvez, a imprensa, o povo, a “maculada” sociedade paulistana ainda pensa que é a “Locomotiva da Nação”, que sustenta o resto do país e por isso os jogadores deveriam se ajoelhar e pedir perdão pela vitória pelo placar mínimo, mesmo com o esforço de paus-de-arara nos 90 minutos ou “comendo a grama” como vacas leiteiras.
 Sim; o time de Felipão venceu o adversário sérvio, que dignificou o feito, derrotou a desconfiança e mais, a ingrata vaia da torcida paulista, que independente do resultado deverá manter o escárnio na abertura do maior torneio do mundo e mais, trollar a presidenta Dilma, independente da convicção política e se bobear, aplaudir o chefe da CBF, José Maria Marin, mesmo com seu histórico político e futebolístico esquisito.
Portanto, o meu personagem não é o craque Neymar, o Fred, o centroavante que se redimiu, rastejando com o gol ou o menino William, que deu um “gás” ao escrete canarinho e sim, a este “zicador” profissional nunca satisfeito com nada e que ainda acha que move o país: o Paulistano.
O mesmo, que deveria refletir hoje, não só sobre o futebol, mas sim o porquê que o nordeste, que sempre teve problemas com a seca, tem água e na sua endinheirada cidade falta o sulco da vida.

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