quinta-feira, fevereiro 25, 2016

Uma Jamanta de histórias!


Escrito em 25/02/2014


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Clayton Assad é grato. Não por torcer pelo Corinthians, nem por perder 65 quilos, muito menos pela possibilidade de ter construído uma família, o seu grande sonho; e sim por ter a força para encarar e superar todas as adversidades em seus quase 40 anos, que serão completados no próximo dia 04 de março de 2014.
Quem não conhece Clayton Assad deve se lembrar do Jamanta, figura carimbada nos jogos do Corinthians com suas camisetas temáticas, que há dois anos perdeu 65 quilos em poucos meses após sofrer um pré- AVC (Acidente Vascular Cerebral).
O agora “Jamantinha”, estima em recordar que não gostava de futebol e que se apaixonou pelo Timão, aos noves anos, somente em novembro de 1982, quando o seu pai, Margid Assad, o levou a primeira vez ao estádio do Pacaembu, para assistir a vitória do seu time sobre o XV de Piracicaba, por 3 a 1.
A partir daquele momento, a história do Clayton Jamanta com a equipe do Parque se mistura até os dias de hoje, sendo difícil distinguir as fases de sua vida com as excelentes e péssimas campanhas do Coringão nas competições.
“À lá Corinthians”,  como gosta de enfatizar o seu amor pelo time, Jamanta diz ter tido a mesma determinação para eliminar um pouco mais de quatro arrobas de quilos após sofrer um pré – AVC.
Em 2000, quando nasceu o seu primeiro filho (Lucas), o corintiano vivia uma situação financeira muito difícil, vendia cintos na Rua 25 de março e fazia bicos vendendo tênis na Galeria Pagé, ambas no centro da capital paulista e descontava suas frustrações em uma comilança desenfreada.
Segundo o próprio, devorava por dia, seis rissoles, quatros coxinhas, cinco pedaços de pizza quatro queijos, dois litros de refrigerantes e uma vitamina de abacate e banana. Sem desperdiçar o almoço e o jantar.
Essa dieta hiper calórica o levou a notáveis 155 quilos, até ser brecado pela possibilidade do AVC. O médico ao analisar a sua condição, impôs duas possibilidades ao então obeso mórbido: operação bariátrica (redução do estômago) ou um regime rigoroso.
Jamanta não pensou duas vezes para optar pelo emagrecimento natural e mudou todo o seu hábito alimentar, passou a se exercitar e se apegou à religião.
A crença em algo maior também trouxe decepções ao Clayton, que um dia apontou algumas irregularidades na igreja que frequentava e ouviu do pastor para ir embora,  pois iria atrapalhar os negócios.
Dali em diante afirmou para si que não iria mais terceirizar a sua fé e que não acreditaria mais na palavra do homem, mas que sua crença continuaria inabalável.
A convicção que tem em Deus não é tão diferenciada da que tem pelo Sport Club Corinthians Paulista, cuja devoção pode determinar se o dia, a semana e o mês serão felizes ou não.
Fez loucuras pela agremiação preto e branca. Foi até a Argentina, na final da Libertadores da América, sem ingresso e pulou a catraca para assistir Boca Juniors e Corinthians e ainda perguntou ao bilheteiro:   "Você é são-paulino ?" E a resposta foi inusitada: “ No soy bambi”.
No dia seguinte, após empate com o Boca, Jamanta perambulava por “Caminito”, bairro de La Boca, em Buenos Aires, com a camisa do Corinthians, quando viu quatro torcedores xeneizes se aproximando, ficou com medo, mas não correu, pois achara que seria pior.
Estes, quando chegaram próximo do corintiano, cantavam em portunhol : “não vou te abandonar porque eu te amo” , enfeitiçados com o amor da Fiel na capital portenha, pediram para trocar camisas.
O amor se manifesta de diversas formas e empatias, assim  construiu uma admiração muito forte com o técnico Tite.  Adenor foi campeão brasileiro, da Libertadores e também mundial pelo alvinegro paulistano.
Em 2010, o gaúcho chegou para substituir Adilson Batista e Jamanta foi o único torcedor a cumprimentá-lo ainda no aeroporto com a camiseta: “Bem- vindo campeão”.  E em 2013, na despedida, criou a frase “Obrigado Tite, volta logo”. O gesto emocionou o multicampeão, que abraçou Jamanta e ambos choraram.
A gratidão ao comandante campeão do mundo é a mesma que tem ao ex-jogador e hoje apresentador e comentarista Neto.
“Em 1990, quando o Corinthians conquistou o Campeonato Brasileiro, foi um dos dias mais felizes da minha vida. Parecia que eu estava no céu. E eu nem sabia que viria a conquistar outros Campeonatos Brasileiros, Libertadores e mundiais. Por isso Neto é o meu maior ídolo, também pela pessoa que ele é“, confessou Jamanta à reportagem do Terceiro Tempo.
 Jamanta  faz da sua paixão a sua sobrevivência.  Montou a sua  loja e uma confecção com produtos licenciados pelo Corinthians, ao lado de sua família, da academia e da força de vontade coloca tudo no mesmo balaio e lá encontra a felicidade.

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