sábado, fevereiro 27, 2016

Asilado cubano, após 18 dias no mar, reescreve a sua história ao lado do filho no Santos Futebol Clube


Escrito Por Ednilson Valia, @eddycalabres - em 23/02/2014 21:10


Fotos: arquivo pessoal Raul Lazo 


Gabriel e o pai Raul
O cubano Raul Lazo Dias passou 18 dias à deriva no mar caribenho em nenhum momento imaginou que sua vida iria culminar em Santos e no clube de futebol homônimo a principal cidade do litoral sul do Estado de São Paulo.

Diferente de outros exilados, Raul não condena sua terra natal, muito menos amaldiçoa Fidel Castro, diz que o país do Caribe é vítima do cruel embargo econômico americano e sempre que pode volta à Ilha levando o seu rebento, este, hoje, zagueiro do futebol de campo da categoria sub-12 do Santos Futebol .

Em 09 de setembro de 1994, Raul e seis amigos queriam novas oportunidades nos Estados Unidos e pretendiam fazer os 150 quilômetros da travessia Cuba-Miami em um pequeno barco a motor.

Mas o "motorzinho" não aguentou e os seis cubanos ficaram no mar caribenho por 18 dias, após muita fome e racionamento de água potável surgiu um navio petroleiro liberiano, com bandeira filipina, que conseguiu resgatá-los e trazê-los ao Brasil.

Refugiado no Brasil, Raul pediu asilo e por nove meses não pode trabalhar até ser liberado pelo governo, para enfim se tornar um asilado político.

Arquiteto de formação, não pode exercer a sua profissão no Brasil por problemas burocráticos, aprendeu o ofício de cabeleireiro, conheceu a brasileira Rosângela, constituiu família, que aumentou quando nasceu Gabriel.

Gabriel premiado no
Santos Futebol Clube
O pequeno cubano-brasileiro cresceu e enveredou para o futebol, esporte que o pai simplesmente não tinha interesse, Raul gosta de Beisebol, o principal esporte no caribe.

O cubano pai, devido ao filho, agora ama o futebol e tem com a sua "estrela" uma relação de "Mãe de Miss.

Gabriel é zagueiro no time sub-14 do Peixe e lá, é conhecido por Cubano, apelido que o pequeno beque ostenta com orgulho.

A estrutura das divisões de base da equipe santista é admirável. Os garotos recebem reforço escolar, aulas de inglês, apoio psicológico para os atletas e as famílias.
Em Cuba com a avó e o primo
Agora há laços, uma aliança, entre Brasil-Cuba, longe da diplomacia burocrática, distante das ostentações governamentais, mas no âmago do amor de um cidadão grato ao país que abriu os braços para recebe-lô; mas que nunca imaginou que seu filho, prova maior da  sua existência e sua descendência iria atuar numa coincidência da vida no time de Pelé, um dos seus ídolos de infância em Havana, gostava mais do "ícone" do que do balípodo.



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