sábado, janeiro 13, 2007

Estadão e sua Campanha eterna pela concentração de renda e o Paulistério


Eu não podia de deixar de comentar este artigo que saiu no caderno Aliás do Jornal Estado de São Paulo no domingo. O tal sociologo José de Souza Martins não analisa discursos pelo âmbito da sociologia e sim pela sua psicologia e claro pelas menções do Jornal mais conservador do Brasil, diga-se coerente também, pois mantém a mesma opinião há anos. A concentração de renda, a manutenção desta elite nojenta, que quer acha que o povo que fazer filho para ganhar o Bolsa familia. Que apenas eles, com seus doutores do acaso tipo Fernando Henrique Cardoso, quer resolver as coisas do seu jeito, modo. Preservando suas riquezas conquistadas a base e condição do patrimônio Público.

Vou analisar um cadetrático da Usp e colunista do estadão- Que ousadia hein.

Segue em vermelho os meus comentários



Domingo, 7 janeiro de 2007
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ALIAS

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O Brasil místico e o Brasil racional
Lula citou Deus 12 vezes, Serra invocou o humanismo. Lula disse ser o povo no poder, Serra afirmou só representar o povo

A linha fina já mostra a proposta do texto. Mostrar o racionalismo do tucanato que proporcionou as privatizações tucanas, do patrimônio público, e apresentar o Nordestino anafalbeto que chegou o poder. Eta cabra de sorte este Lula. Pena que o Povo não entende que o Serra é a solução.


José de Souza Martins*
Duas personagens polarizam o cenário da renovação ritual da conjuntura nacional de poder que se abre com o início do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, na presidência da República, e da posse de José Serra, no governo de São Paulo. Uma nova era pode estar começando.

Uma nova era? Que racionalismo é este que enriqueceu um tal de Daniel Dantas, que aliás é sócio da irmã de um governador tucano numa empresa de assessoria financeira.



Os dois discursos de Lula, em Brasília, e os dois discursos de Serra, em São Paulo, contêm muito mais do que mero prenúncio do embate partidário que se travará, em 2010, entre o PT e o PSDB. Há neles uma polarização de conteúdos.

A eleição não acabou para as Zelites, com diz Millor. Eles não entendem como perderam. Toda mídia a favor do GG Tucano. manipulação de informações e outras coisinhas tais, que o Rodrigo Viana explica bem.



Serra e Lula são personagens de um mesmo cenário histórico. Ambos nasceram em 1945, na conjuntura do fim da Segunda Guerra Mundial e do fim do primeiro governo de Getúlio Vargas, que mudara profundamente a sociedade brasileira e abrira a era de progresso industrial que ambos conheceram.

Aos 11 anos de idade, Serra morava no bairro operário da Mooca, de onde podia ver, do outro lado da estrada de ferro e do rio Tamanduateí, a Vila Carioca, o bairro operário em que morava Lula. Serra era filho de imigrantes italianos, oriundos da Calábria pobre, mística e dramática, dos que vieram para São Paulo tentar a vida, na onda da grande imigração italiana. Lula era de uma família de pequenos proprietários de terra, migrantes vindos do sertão de Pernambuco para São Paulo, não como retirantes, que eram as vítimas da seca, mas em busca do pai que abandonara a família. Também ele vinha, criança ainda, de uma região mística e pobre e não menos dramática do que a Calábria dos avós de Serra. Essas origens calam fundo na alma das pessoas, na sua identidade, na sua visão de mundo, em seus compromissos éticos e políticos.

Comparar a intensidade de vidas entre Lula e Serra é bucólica. O governandor foi pobre, mas se virou bem. Lula passou fome, engraxou sapato, veio numa viagem de pau de arara. Lula viveu. enquanto serra tem na familia casos de sofrimento.



No discurso do parlatório, Lula explicou que 'chegar onde eu cheguei, saindo de onde eu saí, eu só posso dizer que existe um ser superior que decide os destinos de cada um de nós e, por isso, eu estou aqui'. No discurso do Palácio dos Bandeirantes, Serra se referiu à conjuntura histórica em que nascera, como a de uma época de trabalho e de oportunidades: 'sou fruto das oportunidades que um Brasil dinâmico dava aos filhos dos mais pobres'.

Se há coincidências na biografia de ambos, parece que elas terminam nas concepções opostas da história e da política. Para Lula, o seu mandato político é expressão da vontade divina, o governante como objeto dos imponderáveis do transcendental. Para Serra, o mandato é expressão das oportunidades democráticas do processo político, da inserção do cidadão como sujeito de vontade política.


O destino levou Lula ao poder. A ação política levou Serra ao poder. O cenário político que se abre com estas eleições antepõe o Brasil místico e o Brasil racional, o Brasil tradicional e o Brasil moderno, o Brasil que cumpre um destino e o Brasil que elege um destino.


Não é casual, portanto, que eleitos ambos pelo voto democrático do povo, tenham concepções tão desencontradas da democracia. Lula agradeceu aos trabalhadores que 'ajudaram a conquistar a democracia': 'os trabalhadores conquistaram o direito de entrar nesta Casa como se esta Casa fosse a casa deles, porque não pode ser diferente, o palácio de um governo tem que ser o palácio do povo brasileiro.' Serra, porém, assinalou: 'que o Estado seja cada vez mais controlado pela sociedade, que esta possa se defender de seus abusos e nele possa influir alterando os rumos das ações públicas, na perspectiva da contínua democratização.'


Para Lula a democracia é a presença física do trabalhador na arquitetura palaciana. Para Serra, a democracia é a presença política da sociedade no controle da arquitetura do Estado e, portanto, das ações do governante. Lula se considera o povo no poder.

Serra se considera representante do povo no poder. Lula tem uma compreensão pessoal do processo democrático. Serra tem uma compreensão política do processo democrático. A sociedade não precisa entrar no palácio para que haja democracia.


Não obstante essas polarizações e discrepâncias, estamos em face da ascensão política dos filhos dos bairros e subúrbios operários de São Paulo, os filhos das oportunidades sociais do nacional-desenvolvimentismo e da herança da Revolução de Outubro de 1930, quando a questão social deixou de ser questão de polícia para se tornar questão de política. No final de seu discurso no Palácio dos Bandeirantes, Serra fez emocionada referência a três pessoas: o Cardeal Dom Paulo Evaristo, o ex-governador Franco Montoro e a Madre Cristina (1916-1997), a corajosa e suave religiosa que não tinha medo da política e das idéias.


Três figuras emblemáticas da renovação política e religiosa influenciada pela Ação Católica. De algum modo identificadas com as idéias de Emmanuel Mounier, o dirigente da revista Esprit, cuja doutrina do personalismo em oposição ao individualismo propunha a reconversão do homem de objeto em sujeito. Foi a Madre Cristina que conduziu Serra, estudante da Escola Politécnica da USP, da Juventude Universitária Católica, à sua primeira disputa política, a da presidência da União Nacional de Estudantes.

As idéias de Mounier também chegaram ao ABC através da ação pastoral de Dom Jorge Marcos de Oliveira, bispo de Santo André. Sua pastoral operária mobilizou os trabalhadores católicos e criou as bases do grupo político que participará da fundação do PT e da transformação de Lula numa figura nacional.

ai ele compara os dois discursos ridiculamente. Apesar de tudo é o povo no poder sim. Ou vc acredita num país onde 15% tem mais que 50% de toda riqueza PRODUZIDA NAS MÃOS NÃO precisa de uma distribuição de renda. Enquanto Serra, era um pobre, politico talentoso, mas que agora tá com cisma de Carlos Lacerda de ser presidente a qualquer custo. O nosso calvo governante é um politico que foi pobre representando os ricos.


Nos dois discursos de Serra, são invocados e proclamados valores comuns aos do humanismo
cristão. Nos dois discursos de Lula, Deus é invocado diretamente 12 vezes.

Ai ele viajou, fumou um estragado como diz o sociologo de buteco mario Pizza.

*José de Souza Martins é professor titular de Sociologia da Faculdade de Filosofia da USP

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