Mike Tyson me fez amar o boxe. Em uma viagem à Serra Negra para o clube de campo Vale do Sol, eu e meu pai ficamos acordados até às 3h00, em um auditório cuja a média de idade dos espectadores era a mesma de Matusalém no 'dilúvio'.
Os velhinhos produziam burburinhos tão altos que acordariam uma girafa e para festejar havia uma 'sinfonia' de flatulências que Ali, Frazier e Tyson não dariam nem para 'cheiro' .
O esforço para ver o embate durou pouco. Pois Luciano do Valle narrou apenas quatro rounds do nocaute de Mike sobre Larry Holmes.
Graças ao mito (Tyson) tive uma aventura como 'lutador': fui até o clube Sampaio Moreira, perto do metrô Carrão, na capital paulista, para praticar a nobre arte.
No primeiro treino torrei tanto o saco do treinador para subir no ringue, que ele permitiu que eu lutasse com o mais experiente daquela academia.
Eu me achava uma espécie de 'Tyson brasileiro', fechei a guarda e munido de capacete e luvas parti pra cima do oponente. O adversário era um homenzarrão, que dava risadas enquanto eu tentava 'bailar' no ringue.
Ele ameaçou me bater com a esquerda, eu fechei a guarda e tentei um jab e ali,naquele fatídico segundo da escolha errada do soco, foi sepultada uma das carreiras mais promissoras de todos os tempos da categoria peso-pesados.
Pois ele me acertou um direto com a direita com meia força (segundo ele, para mim foi uma hecatombe), que cai, tonto com o nariz sangrando e ouvindo as gargalhadas ao fundo.
Após quinze minutos foram me resgatar no meio do tablado, pois imaginavam que eu tivesse sofrido um AVC. E assim terminou a minha curta carreira (25 segundos) de boxeador.
Mas continuei fã do Mike e também de quem escreve sobre ele, entendendo o homem, o lutador e o que ele representou para o esporte, como faz o Wilson Baldini Junior.
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