quinta-feira, abril 07, 2016

Os jornalistas passam, o jornalismo, não!



Joseph Pulitzer

No dia 07 de abril comemora-se o dia do Jornalista. Um das seis datas que festeja-se a profissão. 

Mas há o que comemorar? 

Acredito que nesta atividade temos que esquecer dos sucessos, rir e aprender com os fracassos. Não ter amizades com juízes, políticos, jogadores de futebol, banqueiros, policiais, empresários e tudo e todo qualquer cidadão e cidadã que possa ser uma fonte. 

É o preço a se pagar.

E não acredite que você seja de uma profissão ou uma pessoa especial. Pois não é. 

A sua função na sociedade é tão importante quanto qualquer outra, como o empresário, a faxineira, o advogado, o feirante, cada um com o seu papel e responsabilidade em uma comunidade, cidade e país. 

Por este motivo quando leio que o "Jornalismo morreu" ou "R.I.P Jornalismo" vejo que há um exagero, que para variar, sempre vai interessar a alguém financeiramente. Principalmente para quem quer que as coisas continuem como estão.  

Talvez o ofício que imaginamos, principalmente a minha geração, aquela do "Parem as máquinas", morreu sim. Mas enquanto existir alguém para ouvir ou escrever sobre o lado mais fraco da história, o jornalismo vai continuar vivo.

 Pois o lado mais "FORTE", aquele que tem mais poder financeiro ou político,  sempre será ouvido pela pressão imposta sobre a mídia e muitos colegas sempre estarão dispostos a ouvir esta face.

Tenho que reconhecer que o atual estado do jornalismo não é dos melhores,  a minha geração, a dos quarentões colaborou bastante, e que a seguinte também, a dos trintões, e  talvez a dos vintes anos possa melhorar o nível. 

Não estou escrevendo sobre pessoas, mas sobre duas gerações, que fracassaram; pela falta de cultura, pela ambição desmedida, pela submissão, por não ter sido preparado pela ótima geração anterior, que revelou repórteres como Mário Magalhães e  Flávio Gomes por exemplo.  

A ausência de propósitos dos sindicatos dos jornalistas, a omissão de vários governos, do legislativo e do judiciário em criar um marco regulatório iria propiciar muito mais condições para uma profissão combalida, gerenciada praticamente por oito famílias, com mesma visão de mundo e com os mesmos interesses. 

Se fosse para citar um nome ou um exemplo, citaria o homem que criou a imprensa moderna:  Joseph Pulitzer . O maior atormentado e infeliz profissional da imprensa. Sobre os seus conceitos pouca coisa mudou na mídia até hoje. 

 “Circulação significa anúncio, anúncio significa dinheiro, dinheiro significa independência.Acima de tudo, você é pago para veicular minhas idéias, meus anseios, meu julgamento. Para se tornar influente, um jornal tem que ter convicções, tem que algumas vezes corajosamente ir contra a opinião do público do qual ele depende. Acima do conhecimento, acima das notícias, acima da inteligência, o coração e a alma do jornal reside em sua coragem, em sua integridade, sua humanidade, sua simpatia pelos oprimidos, sua independência, sua devoção ao bem estar público, sua ansiedade em servir à sociedade",este é o espírito do Pulitzer que pouco mudou .

A mudança talvez seria o jornalismo comunitário. A cobrança no hospital do seu bairro, da escola, do transporte público. Assuntos micros, mas o que realmente alteram o rumo da vida de uma sociedade. 

Mas quem vai mudar isso? Você?





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