A série Tags do JE (clique e saiba o que é) chegou ao seu fim discutindo o papel do jornalista e do jornalismo esportivo no cenário brasileiro. Conversou com o gerente de conteúdo da Fox Sports, Rogério Micheletti, discutindo a importância da memória esportiva, a cobertura do futebol alemão, com o jornalista do iG, Mário André Monteiro, as categorias de base, com o repórter do portal Terra, Dassler Marques e os goleiros, com o especialista Humberto Perón.
A última entrevistada é com a autora do livro "Bacuri" e subeditora do Portal Imprensa, Vanessa Gonçalves, que deu novo tom ao papel da mulher nas redações esportivas, além de retratar o problema do assédio sexual, a postura feminina e a evolução nas últimas décadas.
Outra seção que chegou o seu final foi a coo-irmã da Tags do Je, o Linkado (clique aqui e saiba o que é) mostrou que o jornalista esportivo tem muito o que falar e que não é alienado como muitos pensavam.
Luis Augusto Simon, blogueiro do UOL, indagou a controvérsia se o brasileiro é reacionário, já o Marcos Sérgio Silva, da Revista Placar, debateu o racismo no país e terminou com Flávio Gomes, comentarista da Fox, determinando as diferenças entre PT e PSDB.




No entanto, algumas iniciativas na TV em programas só com mulheres que caíam
muito no lugar comum. O que tinha melhor qualidade era o Belas na Rede, da RedeTV!, mas que não sobreviveu. Esse quadro Bolsa Redonda, do Esporte Espetacular, é horrível. Das quatro, só uma realmente entende de futebol. O resto? Fica babando ovo em jogador e falando abobrinha. Aí, como podem respeitar mulher comentando futebol? Fica difícil!


O engraçado é que, muitas vezes, nós sabemos tanto quanto os homens. Porque temos a mesma capacidade e interesse no tema. E com uma vantagem, temos um olhar que abrange outros assuntos que tornam a cobertura mais humana e interessante.


É triste, mas sabemos de muitos casos do gênero.
Acho que machismo é espelho da nossa sociedade e num espaço tão masculino quanto o futebol é preciso se mostrar profissional acima de qualquer coisa. Desa forma, não há machismo que resista ao talento de uma boa repórter.


Vanessa Gonçalves: É possível, desde que os gerentes/diretores de jornalismo vejam as mulheres que atuam no esporte com outros olhos. Hoje, a maioria da redações de todos os tipos de veículos são essencialmente femininas, o que, na minha opinião, reflete a capacidade profissional dessas mulheres. Então, quanto perceberem que com elas no comando ou atuando no esporte as coisas podem melhorar, talvez essa pirâmide se torne outra forma geométrica, deixando de ser uma pirâmide.




Vanessa Gonçalves: Já fui assediada por alguém que prometeu uma vaga numa grande emissora de São Paulo, mas neguei a proposta. É um sonho atuar essencialmente no esporte, mas se for para trabalhar na área, será por meu talento profissional, não porque saí com fulano ou sicrano! Fiquei muito entristecida quando isso aconteceu, mas sei que isso reflete não só o machismo, mas o fato de outras mulheres terem aceito esse tipo de cantada. Pode ter ajudado algumas delas, mas prejudica aquelas que querem apenas ser profissionais do jornalismo esportivo.
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